Faltou Carnaval pro tanto de demônios peludos, palhaços endiabrados e outras criaturas trevosas que desfilaram pela cidade de Leme, no interior de São Paulo, na última terça (28). A tradição das fantasias horripilantes sobrevive como legado dos imigrantes italianos, que, na década de 20, passaram a organizar a folia com vestimentas e apetrechos macabros em uma fazenda da região. De uns anos pra cá, a festa tomou as ruas e, neste ano, diante de tal espetáculo, o jovem fotógrafo lemense Lucas Rafael da Silva, 19, improvisou um set com luzes e pano preto na concentração do desfile para registrar os mascarados.
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"Eles vestem fantasias super pesadas e muito quentes", conta Lucas, que aponta o sol e o calor de 30ºC que rolou no dia.
Na pequena cidade de 100 mil habitantes são as próprias famílias que tocam as produções das máscaras e também das roupas cheias de pelos, chifres, dentes podres e sangue. O papel machê, que antigamente funcionava como base para as criações, deu lugar ao combo resina e manta de vidro. Outro item básico da folia lemense são as bexigas feitas de farinha (vide a foto do palhaço acima), parecido com o que os Bate-bolas fazem no Rio de janeiro.Durante o desfile dos mascarados, quem bobeia acaba tomando uma bexigada. Sem violência, só zueira. E a criançada, além de desfilar, pira. "É maravilhoso, pois os pais acompanham e ajudam os pequenos em todo o processo de confecção até a parte final do desfile em si."Saque abaixo as imagens trevosas do Lucas Rafael da Silva, que teve como assistente de fotografia Amanda Nascimento. Depois, dê um bizu no Instagram dele.