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Música

A Nostalgia Disco de Schoolbell

Um trio que une house, disco e pós-punk. Tudo para fazer você dançar. Trocamos uma ideia com o DJ e produtor Eduardo Ramos, que conta os bastidores dessa história.

Impossível falar de Schoolbell e não falar do coletivo Gop Tun. Foi a formação da banda a responsável por dar o pontapé inicial no selo (também chamado Gop Tun) que mesmo antes de ser uma label já conhecida dos notívagos por fazer festas nos lugares mais inusitados de cidades como São Paulo e Rio.

Agora volta a fita. Amigos de outros tempos, festas e bandas, Eduardo (synths) e Alexandre (baixo) resolveram tocar juntos para fazer um som que misturasse house/disco e pós-punk (influência de Alexandre, que adora um rock dos anos 80). A ideia evoluiu e deságou no EP1, embrião do que viria a ser a Schoolbell.

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Pronto. Primeiro passo dado, Ramos ainda sentia falta de algo. Faltava um vocal. E não demorou para que Camila Sato se juntasse à dupla. A vocalista que já havia trabalhado com Ramos no remix de "My Favorite Way", faixa da banda Black Drawing Chalks, queria entrar de vez no negócio da música e topou o convite sem nem pestanejar.

O resto, amigos, é história. E se você curte disco, certamente precisa conhecer o Spin Me, EP lançado pelo trio em vinil 12" no início deste ano, que saiu pelo selo Gop Tun. Os vocais aveludados de Camila Sato lembram o de uma diva da disco das antigas, herança do som oitentista do CHIC e da nostalgia da Patti LaBelle. Dá para sacar mais dessas referências com perfume retrô no clipe da faixa-título.

Bati um papo com o produtor da Gop Tun, Eduardo Ramos , homem responsável pela batida eletrônica  da banda. Ele falou sobre como tudo começou, listou as maiores influências da Schoolbell e deu pistas do que você pode esperar do show que acontece nesta sexta-feira (26), no Skol Beats Factory. Se liga no conversê:

THUMP: Para começar, conta como surgiu a ideia de fazer a banda? Vocês já eram amigos?
Eduardo Ramos: Eu já conhecia o Molinari (baixista), ele tocava em uma banda que trabalhei chamada The Name, em que produzi alguns dos discos. Em certo momento a banda deixou de existir, mas entre o fim do The Name e o começo do Schoolbell, eu comecei a fazer uma festa em Sorocaba com o Molinari e ali foi o começo de tudo. Nós misturávamos house/disco com pós-punk e saiu naturalmente a criação do projeto. No começo era apenas eu e ele, chegamos a fazer um EP assim, mas faltava algo. Eu já conhecia a Camila, sabia que ela cantava, por conta de um remix que eu fiz com o Kurc (Gop Tun) em que ela participou. Eu gostei da voz dela, além do mais rolava afinidade sobre certos assuntos. Em certo momento, a Camila me procurou, porque queria produzir um disco solo dela, no fim eu falei: 'Camila, entra para o Schoolbell! O que você quer fazer é o que eu e o Molinari queremos fazer também'. E foi assim o começo.

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Quando surgiu o interesse pela cena eletrônica? O gosto pela disco é uma unanimidade na banda?
Nosso período favorito é mais ou menos entre 76 - 86, principalmente o período pós-punk, quando disco, experimentalismos e pop eram misturados sem nenhuma regra. Quando você vê uma playlist do Paradise Garage, era disco misturada com pós-punk e proto eletrônica. Nós gostamos disso. Nossa principal influência é um artista chamado Arthur Russell que viveu exatamente esta mistura do experimental, eletrônico e disco. Nós três gostamos muito do estilo e como estamos nos anos 2000, é natural usar instrumentos eletrônicos como baterias eletrônicas, samples e synths. Quando a disco começou a usar instrumentos eletrônicos, acabou virando house. É aí que a gente se encontra.

Quais as principais influências do trio? E para a composição do EP Spin Me, vocês estavam ouvindo algo específico?
Nós gostamos de coisas bem variadas. A Camila tem um gosto bem particular, mais de canções, eu diria. O Molinari gosta muito de rock dos anos 80, um pouco mais pós-punk, mas gosta também de funk das antigas, assim como a Camila. Eu escuto um pouco mais de house, até por ser DJ também, mas acho que se for escolher algo seria o pós-punk/disco. Acredito que a maior influência de Spin Me ainda é Arthur Russell. Tanto que quando HNNY mandou o remix de "Spin Me" praticamente transformado em "It's All Over My Face" do cara, eu quase tive um AVC.

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As músicas têm uma pegada bem retrô. No vídeo de "Spin Me", quais foram as maiores inspirações?
A Camila tem uma voz de diva disco! Sempre achei isso. Nós gostamos muito de uma banda de NYC chamada Midnight Magic, que tem muito a ver com a gente e artistas mais clássicos como Masters At Work ou mesmo Deee Lite. Algo muito maior do que apenas Groove Is In the heart. No vídeo de "Spin Me", a Camila teve um input absurdo. Ela cuida muito da nossa parte visual, algo que tanto eu quanto o Molinari temos interesse zero. Ela, junto aos diretores/produtores do clipe, fizeram um belo trabalho e nós temos muito orgulho do resultado. Tem um vídeo novo no forno, de "New Club Track" e outro para "Out Of Sight" (que estarão no próximo EP).

Quais os últimos discos que têm tocado em suas playlists?
Moodymann. O último disco dele é uma obra prima! Damiano Von Erckert, Roosevelt, Slow Hands, Aphex Twin, Pop Group… Specials.

Vocês diriam que fazem música para as pessoas dançarem? Sim? Não? Por quê?
Sim! Esta é a nossa meta. Nosso show e nossas músicas são feitas para isso. Montamos a banda para tocar em festas, fazer as pessoas felizes.

E para o show de sexta, o que podemos esperar?
Ritmos mais noturnos, mais profundos e mais sensuais

Curtiu? Dá pra entrar no clima aqui:

Schoolbell nas redes:
facebook.com/schoolbell
soundcloud.com/goptun/sets/schoolbell-spin-me-ep

BEATS LOUNGE
Sexta, /9 das 18h à 0h.
Entrada gratuita. Sujeito a lotação.
 
SKOL BEATS FACTORY
Rua Pedroso de Moraes, 1036. Pinheiros, São Paulo.
Tel.: (11) 3814­7383