Às onze da manhã do dia 21 de fevereiro, no sábado pós-carnaval, o bairro da Liberdade fervia sob um sol infernal. A multidão se espremia entre as barraquinhas onde se vendiam chapéus cônicos, pastel e se davam aulas de como escrever seu nome em cantonês. Demonstrações de artes marciais, música, dança e comidas típicas dividiam a atenção com dragões e leões de tecido que serpenteavam pela rua chamando prosperidade, sabedoria e dinheiro — não necessariamente nessa ordem.
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A festa, que se repete em São Paulo desde 2005, marcou a entrada do Ano-Novo chinês. Para a China, os chineses de todo o mundo e aqueles que respeitam e acompanham seus efeitos astrológicos e simbólicos, estamos agora no ano de 4713. O ano da Cabra, que sucedeu ao ano do Cavalo e precede o ano do Macaco. Segundo a tradição chinesa, a Cabra é criativa, determinada e resistente e ela pede, nesse período, calma, cautela e moderação.
O calendário chinês é lunissolar, quer dizer, baseia-se no movimento da Lua e do Sol. Chega entre os dias 20 de janeiro e 20 de fevereiro, na noite de lua nova mais próxima do dia em que o Sol passa pelo décimo quinto grau de Aquário. Na Liberdade, onde vive a maior comunidade de japoneses, chineses e coreanos, além de seus descendentes brasileiros, o Ano-Novo chinês é celebrado durante três dias. O que já traz boas-novas, especialmente para o comércio local, movimentando suas lojas de produtos exóticos e baratos, que vão de bijuterias a aparelhos eletrônicos.