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363 dias sem ela: dois suspeitos de assassinar Marielle são presos

Segundo investigação policial, o PM reformado Ronnie Lessa foi autor dos disparos e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz dirigia o carro que perseguiu Marielle e seu motorista. Resta descobrir os mandantes do crime.
Marielle Franco

Nessa terça (12), a dois dias da morte da vereadora Marielle Franco completar um ano, dois suspeitos foram presos por participação do assassinato. Ronnie Lessa, policial reformado de 48 anos, e Élcio Vieira de Queiroz, ex-PM de 46 anos, foram detidos por policiais da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro por volta das 4h30 da manhã, segundo o G1. De acordo com a força-tarefa de policiais, Queiroz dirigia o carro que perseguiu a vereadora, e Lessa foi autor dos 13 disparos que tiraram sua vida e a de Anderson Gomes, motorista que dirigia o carro em que ela se encontrava.

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Os dois suspeitos estavam saindo de suas casas quando foram presos. Ronnie mora em um condomínio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, onde o presidente Jair Bolsonaro também tem residência. Ainda hoje, a Operação Lume – batizada em homenagem ao Buraco do Lume, como é conhecida uma praça no centro do Rio onde Marielle realizava um projeto social chamado Lume Feminista – ainda cumprirá 32 mandatos de busca e apreensão para apreender documentos, computadores e celulares em endereços de outros suspeitos. Nas casas de Lessa e Queiroz, foram encontradas armas e facas.

Segundo a investigação, o crime foi planejado por três meses. Durante esse período, Ronnie fez pesquisas na internet sobre lugares que Marielle frequentava e também investigou a vida do deputado federal do PSOL Marcelo Freixo, de quem a vereadora era próxima. Ainda resta descobrir quem foram os mandantes do crime e qual foi a motivação para o assassinato de Marielle.

Também de acordo com reportagem do G1, Lessa foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 1998, quando era terceiro sargento da PM. Há 10 anos, ele perdeu uma perna durante um atentado a bomba na Zona Norte do Rio. Já Élcio foi expulso da Polícia Militar em 2015.

A denúncia do Ministério Público que levou à prisão dos suspeitos diz que "é incontestável que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia".

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Atualização: 12/3 às 15h06

Segundo informações da Agência Brasil, os advogados de Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz negaram o envolvimento da dupla no assassinato de Marielle. Detidos na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, os dois se negaram a prestar depoimento. Luís Carlos Azenha, advogado de Queiroz, garante que seu cliente não estava no carro que perseguiu Marielle no dia do crime e diz ter certeza de que não há "foto e muito menos gravação" que o incrimine.

Durante coletiva de imprensa sobre o caso, o presidente Jair Bolsonaro disse não conhecer Marielle até sua execução. "É possível que tenha um mandante. (…) Eu também estou interessado em saber quem mandou me matar", falou. Perguntado sobre uma foto sua com Élcio Vieira de Queiroz, postada por Élcio durante a campanha presidencial de Bolsonaro, o presidente respondeu que tem "foto com milhares de policiais civis e militares hoje."

Atualização: 12/3 às 19h05

Segundo o G1, foram encontrados 117 fuzis M-16 incompletos na casa de um amigo de Ronnie Lessa. As armas foram achadas por policiais da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que cumpriam um mandato de busca e apreensão na casa de Alexandre Mota de Souza. Souza é amigo de infância de Lessa e disse que o policial militar pediu para que ele guardasse as caixas que continham as armas e não as abrisse.

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