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184 dias sem ela: seis meses sem respostas de quem matou Marielle

Atos no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (14) cobram das autoridades informações sobre os responsáveis pelos assassinatos da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
Imagem: Reprodução / VICE Brasil

Seis meses sem resposta. Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro e Anderson Gomes, motorista da parlamentar, foram assassinados na noite de 14 de março de 2018. Mesmo um semestre depois, não há informações de quem são os verdadeiros mandantes das execuções.

Autoridades federais que acompanham o caso afirmam que até o fim deste ano as respostas virão. A Anistia Internacional, órgão que já cobrou das autoridades cariocas por atualizações do caso, e mantém uma campanha na internet Quem Matou Marielle Franco?. m telão 360º percorrerá num caminhão pelo Parque do Flamengo, no Rio, e passará em frente as instituições públicas e de Justiça criminal carioca.

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No Centro do Rio também haverá um ato nesta sexta, às 17h, para cobrar das autoridades de Segurança e Justiça, quem matou Marielle.

Desenrolar do caso Marielle

Nesses seis meses, apareceram algumas evidências em relação a morte da vereadora e do motorista. Após o início das investigações e reconstituição da cena do crime, testemunhas-chave apontaram que o ex-policial militar e miliciano Orlando Araújo de Oliveira estaria envolvido no crime, Conhecido como Orlando Curicica, hoje o ex-PM está preso em presídio de segurança máxima e a Polícia aguarda por uma delação do acusado.

Outro suspeito apontado nos depoimentos foi o vereador Marcello Siciliano (PHS-RJ). Segundo testemunhas, o vereador se encontrou com Orlando Curicica antes do crime e talvez, o parlamentar estaria incomodado com a atuação de política de Marielle. Marcello negou envolvimento no crime.


Assista ao nosso vídeo sobre o assassinato de Marielle Franco:


Segundo o jornal O Globo, o deputado estadual do Rio de Janeiro e colega partidário de Marielle, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), irá depor nesta sexta-feira (14). Em entrevista a revista Veja em agosto, Freixo sinalizou que deputados do MDB-RJ estão sendo investigados pela morte da parlamentar e Anderson. São eles: Edson Albertassi, Jorge Picciani e Paulo Melo, presos por lavagem de dinheiro na CPI do Ônibus no Rio.

A Polícia investiga a participação de grupo de executores denominado Escritório do Crime. Composto por PMs, ex-policiais e um ex-oficial do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), o grupo de eleite seria especializado em execuções encomendadas e teria supostamente recebido R$ 200 mil para matar Marielle Franco.

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Em julho, a Divisão de Homicídios do Rio prendeu o ex-policial militar Alan Nogueira e o ex-bombeiro Luis Cláudio Ferreira Barbosa, por serem suspeitos na participação do crime que matou a vereadora e o motorista.

Família de Marielle

A família da vereadora Marielle Franco cobrou do secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, medidas de segurança contra as ameaças com discurso de ódio sofridas pelas redes sociais e pessoalmente.

Anielle Franco, irmã de Marielle, contou à Folha de S.Paulo que vive assustada e teme em ser parada numa blitz por ser irmã da vereadora ou assediada, como já ocorreu anteriormente. A viúva de Marielle, Mônica Benício, declarou ter sofrido perseguições e ameaças pela internet. O Governo Federal irá incluir a arquiteta no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.

Legado

Recentemente, sete Projetos de Lei criados pela vereadora foram aprovados pela Câmara de Vereadores do Rio. Dois deles já viraram lei: a Lei Dossiê da Mulher Carioca, que propõe unificação dos dados de Saúde, Assistência Social e Direitos Humanos das mulheres cariocas e o Dia da Mulher Negra.

A irmã de Marielle lançou o projeto Papo Franco, que promoverá debates e projeto em favor do protagonismo de mulheres de comunidades carentes em relação à política.

Oficialmente, 14 de Março agora é o Dia Marielle Francono Rio de Janeiro. A data reforça o combate ao genocídio da mulher negra.

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