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Aprenda a tocar (quase) todos sons do Jorge Ben com esse canal do YouTube

Uma singela homenagem à lenda mística da música brasileira, que completa 73 anos nesta quinta (22).
Crédito: Bárbara Roots via Facebook do Jorge Ben

Um dia, ouvi de alguém do ramo de produção de show de São Paulo que o Jorge Ben era "um cara que tinha ficado famoso fazendo várias músicas com a mesma melodia". Não toco nenhum instrumento, não manjo de harmonia, partitura, nem nada, mas, como uma pessoa que tem mais de 400 scrobbles de Solta o Pavão (1975) no Last.fm só no ano passado, fiquei bem ofendida. Pensei: como pode alguém ter a audácia de menosprezar o cara que fez aquela que é, na minha opinião, uma das canções mais importantes da música popular brasileira pós-1970, “Jorge da Capadócia” — afinal de contas, qual outra música você conhece que aparece num disco do Jorge Ben, do Caetano Veloso e dos Racionais MC’s? Como alguém pode falar mal de alguém que compôs “País Tropical”, que é praticamente a versão moderna de “Canção do Exílio” (1843), do Gonçalves Dias, o maior poema romântico de literatura brasileira?

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O Jorge Ben, que completa 73 anos nesta quinta (22), deve ser o músico mais importante para a música preta brasileira, principalmente para rap nacional. Não é à toa que Mano Brown fala para trazerem "a fita pra ele ouvir porque tá sem, principalmente aquela lá do Jorge Ben", em "Fórmula Mágica da Paz". Nem que samples de músicas como "Take It Easy My Brother Charles", "Fio Maravilha", "Menina Mulher da Pele Preta", "Jesualda" e "Porque É Proibido Pisar na Grama" aparece em músicas de artistas que surgiram no início do hip-hop no Brasil, entre 1980 e 1990, como dos grupos 509-E e Thaíde & DJ Hum e dos rapper Xis, GOG e Dexter, por exemplo.

Pensando em referências mais atuais, o Rincon Sapiência contou em entrevista que conheceu o mundo dos signos por causa da capa de Solta o Pavão. Saindo do rap, o músico maranhense Negro Leo usou o Jorge Ben de Meus Filhos, Meu Tesouro (1976) como motor do seu disco Action Lekking, certamente um dos trabalhos mais interessantes lançados no e sobre o Brasil no ano passado.

Voltando ao que eu disse no começo do texto: eu não manjo nada de harmonia e teoria musical. Mas acho que reduzir o trabalho do Jorge Ben a "o músico de uma melodia só" é, no mínimo, uma baita de uma imprudência. Para o meu alívio, encontramos uma boa alma que criou o canal do YouTube Benjor Cifrado, ensinando a tocar várias músicas do Jorge Ben, desde clássicos do A Tábua de Esmeralda (1974), como “O Homem da Gravata Florida” e “Os Alquimistas Estão Chegando”, a músicas da sua época pré-samba-rock, como “Rosa, Menina Rosa”, do Samba Esquema Novo (1963).

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Além das dezenas de cifras, o autor do canal ainda conta algumas curiosidades e historinhas sobre as músicas do Jorge Ben. Saca só algumas abaixo:

Acompanhe o canal Benjor Cifrado e encontre outras centenas de cifras e ideias sobre o mestre.

Agradecimento especial ao André Paste pela sugestão.

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