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Derivado da ketamina pode ser solução para pacientes resistentes a antidepressivos

Pesquisa norte-americana aponta bons resultados do uso da esketamina no tratamento da depressão.
Foto: Domínio Público

Em 2017 a pesquisa científica e médica com substâncias normalmente usadas como drogas recreativas aumentaram consideravelmente. Desde a maconha até alucinógenos começaram a ser melhor compreendidos, com indicativos de que essas substâncias podem ter outra utilidade para além de só alterar os estados de consciência. Uma pesquisa norte americana publicada nos últimos dias de 2017 mostra como pacientes com depressão profunda mostraram melhoras com a ketamina.

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A substância há algum tempo já era apontada como um poderoso antidepressivo e chegou a ser utilizada em tratamentos experimentais, muito por conta do seu efeito anestésico conhecido desde a década de 1960. A pesquisa realizada pelo laboratório Janssen Research & Development, e publicada no periódico JAMA Psychiatry, teve como objetivo testar clinicamente se a esketamina, derivado da ketamina, teria efeito em pacientes resistentes a antidepressivos.

Já falamos aqui sobre como é viver com a doença e o que ela faz com você e a sua vida social, além de algumas coisas bem chatas que algumas pessoas levam de ‘brinde’ nessas situações, e a verdade é sempre a mesma: nunca é fácil. Sofrer com depressão e não responder bem a tratamentos convencionais — medicamentos e terapia — é algo que complica ainda mais a vida de alguém com depressão. Para essas pessoas, esse pesadelo pode estar um pouco mais perto de acabar.

Para a realização do estudo participaram 67 pacientes adultos que sofrem com o quadro. Eles foram medicados com dosagens de 28, 54 e 84 mg da substância via spray intranasal. Segundo o artigo, os resultados positivos foram notados mais claramente nos pacientes que tomaram a dosagem maior da substância e a melhora pôde ser notada “com a dosagem reduzida por até nove semanas”.

O conteúdo publicado no artigo é o resultado da segunda fase de uma pesquisa maior conduzida pelo laboratório que têm por objetivo provar a eficácia médica da esketamina. A terceira fase o estudo, que já está sendo realizada, têm como objetivo entender qual é a melhor dosagem e duração para o tratamento. “Se aprovada pela FDA (equivalente à Anvisa nos EUA), a esketamina seria um dos medicamentos pioneiros no tratamento de transtornos depressivos refratários nos últimos 50 anos”, declarou Ella J. Daly, a autora do estudo, ao site Psypost.

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