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Frequentando o soundsystem pela primeira vez, Juju Denden disse que comia um cachorro-quente em uma barraca quando avistou os policiais pela primeira vez. "Passou um carro de polícia com um guarda apontando a arma pra cara de todo mundo. Tinha um monte de criança correndo na rua."Entretanto, tudo corria bem. Segundo relatos de frequentadores, um pouco depois das 3h da manhã, alguns garotos que estavam em um fluxo de funk pela região correram pra dentro da festa. "Um deles, claramente perseguido, com cara de quem estava dando fuga, passou de moto entre a galera", relata André. Viaturas da Força Tática começaram a surgir. Nesse momento, algumas pessoas gritaram para que todos entrassem no bar. "Tinha muita gente se enfiando lá. Começou um empurra-empurra", falou Juju. Em questão de minutos, bombas de gás lacrimogêneo começaram a estourar e todo mundo correu, sem entender o que estava acontecendo.Dois dias antes, havia acontecido a chacina em Osasco e Barueri – o que teria deixado a galera ainda mais assustada.
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Dois dias antes, havia acontecido a chacina em Osasco e Barueri – o que teria deixado a galera ainda mais assustada.Em meio à nuvem de gás que só aumentava, Juju conseguiu correr até seu carro, que estava estacionado em frente à casa de uma mulher – para quem ela teria pedido, no começo da festa, autorização. Chegando à residência, ela percebeu que havia três viaturas e dois policiais parados "empunhando armas e apontando pra qualquer pessoa que subisse a rua". Foi o suficiente para deixá-la apavorada. "Na hora que vi, parei no meio do caminho. Eu não sabia o que fazer. Paralisei e fiquei ali. Olhei pro lado e não tinha ninguém. Aí ajoelhei. Também porque eu estava passando muito mal, não conseguia nem respirar. Um policial disse pro outro: 'Vê se sobrou alguém'. Nessa hora, eu pensei: 'Os caras vão atirar em mim'."O que ajudou foi a dona da casa ter notado Juju na rua e a chamado para dentro. Em instantes, seus amigos apareceram e também foram abrigados. "Na hora em que entramos, os policiais jogaram mais uma bomba na nossa direção, em frente à casa dela." A amiga dela passou mal. "Ela vomitava muito, muito.""Olhei pro lado e não tinha ninguém. Aí ajoelhei. Também porque eu estava passando muito mal, não conseguia nem respirar. Um policial perguntou pro outro se tinha sobrado alguém. Nessa hora, eu pensei: 'Os caras vão atirar em mim'", contou Juju, que tinha ido à festa pela primeira vez.
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