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A polícia não está economizando porrada para os secundaristas de Goiânia

Primeiro, porrada e 30 prisões na desocupação da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte; dois dias depois, mais cacetada e abuso de poder na manifestação contra o aumento da tarifa.

Todas as fotos são autoria do Coletivo Zé Ninguém.

Após a ocupação da Secretária de Estado de Educação, Cultura e Esporte (SEDUCE), iniciada pelos secundaristas de Goiânia no dia 26 de janeiro, diversos movimentos aliados a partidos políticos e sindicatos começaram a se aproximar e se juntar à ocupação dos alunos, o que foi recebido de forma negativa por eles. De acordo com os secundaristas, a associação das ocupações, iniciadas por eles de forma espontânea e sem levantar bandeiras políticas, com movimentos diametralmente opostos sujaria o caráter do movimento.

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Frente a várias divergências e impossibilidade de negociação, os secundaristas optaram por desmontar o acampamento e iniciaram uma desocupação gradual da SEDUCE. No dia 15 de fevereiro, os secundaristas se reuniram no Colégio JCA, a fim de deliberar os próximos atos e aguardar que os ocupantes não pertencentes ao movimento dos secundaristas se retirassem da ocupação.

Durante o período das ocupações, as Organizações Sociais tiveram sua legitimidade e legalidade questionada até mesmo pelo Ministério Público, como consta em carta à Raquel Teixeira, Secretária da Educação, que aponta irregularidades em todas as Organizações Sociais participantes da licitação e recomendam que se adie o edital de chamamento público: "Apesar de todo esse arcabouço normativo consagrando a gestão democrática do ensino público, o que se tem verificado nesse processo de transferência de gestão de escolas da rede pública estadual para organizações sociais é que a decisão já foi tomada pelo Sr. Governador de Goiás Marconi Ferreira Perillo Júnior. Com efeito, ao ler o despacho n.º 596/20152 , da lavra do Sr. Governador do Estado, percebe-se que o atual procedimento da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esportes em ouvir representantes dos professores, dos alunos, do Ministério Público, etc., é apenas uma tentativa de conferir legitimidade para uma decisão já tomada, isto é, se estabelecer um contraditório meramente formal, já que os principais impactados pela terceirização não poderão influenciar na decisão do Chefe do Poder Executivo e seus prepostos".

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