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Finalmente, a China está a tentar acabar com os testes feitos em animais

Até a China faz progressos na defesa dos direitos dos animais.

A China planeia acabar com a exigência de que todos os produtos cosméticos tenham de ser testados em animais. Os grupos de direitos dos animais já começaram a festejar estas notícias, mas o final para os testes de champôs e perfumes (entre outros) em animais ainda continua longe, uma vez que esta lei atrapalha o fabrico e a importação de produtos livres de crueldade, na China, logo agora que a União Europeia tem encorajado alternativas mais baratas para as injecções de produtos químicos nos olhos de coelhos. Ao contrário do que acontece em todas as outras partes do mundo, a Administração de Alimentos e Drogas da China exige que uma amostra de cada novo produto seja submetida ao governo, para garantir a sua segurança através dos testes em animais. Sob as recentes mudanças propostas, os fabricantes chineses de produtos de "uso não-especial” (isso inclui champôs e cremes mas deixa de fora tintas para o cabelo, protectores solares ou outros produtos similares) podem apresentar as suas próprias avaliações para uma futura aprovação do governo. Mas, mesmo assim, os testes em animais continuam a ser exigidos. As marcas estrangeiras interessadas em vender os seus produtos na China têm de deixar para aprovação uma amostra, de forma a comprovar a segurança dos ingredientes — e não apenas do produto final — tanto as empresas chinesas como estrangeiras têm de fazer testes em animais e só têm duas hipóteses: ou o fazem por si próprias ou através de outras empresas dedicadas para o efeito. Agora pensa na União Europeia que, em Março deste ano, proibiu a venda de qualquer cosmético testado em animais, independente de onde ele tenha sido feito. A partir dessa data, qualquer perfume que seja vendido em Paris não pode ter sido testado nos olhos de um coelho. Imaginem as alterações na saúde económica destas empresas. Isto acabou por ter um duplo efeito: levou as empresas a procurar alternativas para os testes em animais e fez com que os fabricantes lançassem produtos específicos para um mercado rico e estabelecido na Europa e para outro em ascensão na China, a segunda maior economia do mundo. “Se fizeres parte das grandes empresas de cosméticos, acabas por ter duas linhas de produção diferentes. Uma livre de crueldade para a Europa e outra para a China”, disse Troy Seidle, director de pesquisa e toxicologia da Humane Society International. Segundo Seidle, em vez destas empresas irem à falência, a proibição de testes em animais da UE levou a soluções inovadoras sem o abuso animal: “A ameaça das multas fez com que se investisse muito dinheiro em métodos alternativos. Estamos a falar de biliões de dólares." Em vez de testar irritações de pele em coelhos, as empresas podem usar modelos de pele em 3D, feitos de tecido humano real pós-operatório. “Já não precisas fazer experiências com coelhos, podes fazê-lo com tecido humano”, disse também Seidle, “é possível ter uma previsão muito mais precisa do que acontece comigo ou contigo  — além disso, é mais rápido e mais barato”. A proposta de alteração das leis chinesas é uma esperança, a prova de que há uma consciência crescente de como os cosméticos são feitos e testados, e de um desconforto cada vez maior com o que é feito. “A maior parte das pessoas querem que esta mudança seja levada a cabo”, garante Seidle, tendo em conta estudos feitos em dezenas de países onde a Humane Society International continua a combater as práticas de testes em animais. “Essas pessoas não exigem apenas que a Europa não faça testes em animais. Os consumidores querem poder escolher um produto qualquer da prateleira, sabendo que nenhum deles foi testado em animais.” Ainda que a iniciativa chinesa não tenha sido tão impressionante como as da Índia e Israel (que seguiram as pisadas da UE), Seidle assegura que as mudanças que se estão a registar em Pequim são positivas. Enquanto isso, as empresas continuam concentradas em encontrar opções mais baratas e viáveis para testes, sobretudo modelos em 3D, de forma a garantir que os 30 mil animais que estão neste momento a ser testados na China não o sejam no futuro.