Ele também falou da solidão que veio com seu sucesso recente e de suas incertezas sobre o futuro:"Eu conto histórias porque esse é o melhor jeito de espalhar informação. Todos nós estamos brincando com os sentidos uns dos outros para afetar essa coisa escondida dentro de nossos cérebros. É o que Earn está tentando fazendo com Alfred — contar uma história que ele entenda e fazê-lo fazer o que ele quer."
Muitas das cenas mais memoráveis de Atlanta acontecem durante viagens chapadas dos personagens principais do programa. Ele falou sobre o papel da maconha na fluidez da série:"O que eu imagino pra mim no futuro ainda não existe. Eu queria que fosse só, 'ah, eu quero ser a Oprah', ou, 'eu quero ser Dave Chappelle.' Mas não é isso. É algo diferente e maior, que envolve justiça e restauração de um senso de honra. Às vezes eu sonho com isso, mas como você explica um sonho em que você não vê o seu pai, mas sabe que é ele ali. Seria legal me sentir menos sozinho."
Grande parte das boas críticas de Atlanta tem sido associadas à sua capacidade de atender a espectadores negros de uma forma que mexe com as nuances da experiência americana negra. Mas durante sua conversa com o New Yorker, Glover imaginou como seria o seriado se ele pudesse não considerar os espectadores brancos:"Nós fazemos tudo chapados. O caos de Atlanta — os momentos de iluminação, seguidos por um retorno abrupto à realidade — é definitivamente moldado pela maconha. Quando está rolando algo sério, ninguém entende que porra está acontecendo."
"A segunda temporada de 'Atlanta' será clássica. Muito desta temporada sou eu provando às pessoas que eu não ganhei esses Emmys só por causa de ação afirmativa."
A segunda temporada de 'Atlanta' estreia nesta quinta nos EUA, na FX. Leia a matéria completa da New Yorker aqui (em inglês).Leia mais no Noisey, o canal de música da VICE."Se Atlanta fosse feito apenas para pessoas negras, seria um seriado muito diferente. Mas eu nem consigo começar a explicar como, porque a negritude é sempre vista através do ponto de vista dos brancos — o ponto de vista de com o que os brancos podem lucrar nesse momento. Isso não mudou com a escravidão, nem com Jim Crow, nem com marchas de direitos civis, nem com leis de habitação e nem com 'nós vamos atirar em você'. A branquitude é igualmente líquida, mas você consegue decidir sua narrativa."
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