Em finais de Novembro, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) levou a cabo uma missão de repovoamento de meros ao largo da Quarteira, no Algarve. De acordo com o jornal online Sul Informação, que acompanhou a iniciativa, nos últimos anos, a acção humana "tem-se encarregado de fazer dos meros uma espécie em vias de extinção na costa algarvia", pelo que a intenção é "fazer com que este peixe, muito dócil, volte a habitar as águas do Algarve, não só com fins ecológicos, mas também turísticos, uma vez que é um dos animais preferidos dos mergulhadores, que chegam a fazer centenas de quilómetros para ter a oportunidade de encontrá-los".
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O fotógrafo Diogo Lima, colaborador da VICE Portugal, subiu a bordo de uma das traineiras de pesca integradas na iniciativa - juntamente com vários alunos do curso de fotografia profissional da ETIC Algarve - e, entre vagas de enjoo difíceis de superar, captou a intensidade, a cor, a mestria e os detalhes dos homens que levaram a missão a bom porto.
Entre pescadores que, por uma vez, inverteram o seu papel, biólogos e técnicos do IPMA, 100 animais, criados na Estação Piloto de Piscicultura de Olhão, foram libertados no seu habitat natural, "na Balancial de Fora, Balancial de Terra, Carocho, Joaquim Tomás, Pedra Nova e Loulé Velho", como explicou ao Sul Informação Pedro Lino, investigador do IPMA, que coordenou a acção."Fotografar num barco não é bem a mesma coisa que em terra. Às 9 da manhã lá estávamos para acompanhar a par e passo todo o processo, num frenesim de pescadores e biólogos que, com ajuda de gruas e muito suor, passavam cuidadosamente os depósitos com os meros para as traineiras. Entrar para o barco foi menos embaraçoso do que estava à espera e o ambiente era de bastante alegria, mas, meia-hora depois, já nem tudo eram rosas. O enjoo tomou conta deste capitão, que de marinheiro não tem nada", conta Diogo Lima.
E acrescenta: "No entanto, não parei de fotografar. Os meros a serem libertados à superfície, os meros a serem colocados por mergulhadores nas suas futuras acomodações, os meros felizes e contentes com o resto da tripulação… enfim fotografei o que tinha que fotografar. O tempo passava, os meros diminuíam nas embarcações, mas lá continuávamos nós em alto-mar e eu já em modo azul petróleo a rezar para que aventura acabasse. A dada altura já nem os banhos com a mangueira que mantinha a água dos contentores do peixe me safavam. Estava a ser o inferno e não era na terra!".
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Abaixo podes ver mais imagens da missão.
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