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Excesso, eles eram aqueles

Foram a primeira boys band do tipo em Portugal e a única que fez arrepiar, de norte a sul, o país.

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Foram a primeira boys band do tipo em Portugal e a única que fez arrepiar, de norte a sul, o país. Os Excesso foram escolhidos no mesmo casting onde se conheceram, e a partir daí fizeram o seu próprio capítulo no pop português. Todos os elementos cumpriam religiosamente com os requisitos impostos: eram em simultâneo carinhas larocas, vocalistas e tinham aptidão para a dança. Para a História ficou a banda masculina que mais marcou o final dos anos 90, produzindo smash hits, vendas e desmaios imbatíveis.

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Eram os Backstreetboys da zona, os Blue da região, os Take That do bairro e os N'sync do poster no quarto. Com um agente à altura, além dos concertos e das típicas sessões de autógrafos, eles tinham um perfume e uma linha de roupa. Os Excesso foram isto tudo, e da melodia ao vídeo, eles foram o retrato vivo de uma época. Agora, quase duas décadas depois de terem aparecido, analisamos o estilo de toda uma geração a partir de quatro videoclips.

Eu sou Aquele - Preto no branco

Decorria o ano de 1997 quando à contraluz, destacando-se apenas as silhuetas por entre lençóis brancos, soavam as primeiras batidas deste grande êxito. "Eu sou aquele que te quer e mais ninguém" entrava em definitivo na cabeça e na boca do mundo. Numa coreografia simples ao estilo "macarena" versão 2.0, aparecia a banda. Em individual ou em grupo, todos se apresentam de calças brancas e com partes de cima negras. De tonalidade ying yang, fossem tank shirts, t-shirts, ou camisas, o importante era que todas elas fossem verdadeiramente curtas e extremamente justas.

Mas é também tempo de meter gel no cabelo e espevitar as pontas. Alguns foram até mais atrevidos, e optaram por umas madeixas loiras a imitar o look do Justin Timberlake. Porque jovem, se tu não tinhas o cabelo comprido à surfista do Melão, o mais provável é que tenhas saído várias vezes de casa com o cabelo em pé, e petrificado, a achar que estavas irresistível.

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Não sei viver sem ti - Revelação Matrix

O que é que pode ser mais eficaz que uma declaração, olhos nos olhos, com quatro amigos de fundo a estalar os dedos em uníssono? Se a ti não te ocorre mais nada, não te preocupes. Foi assim que os Excesso filmaram este videoclip, colocando cada elemento da banda, à vez, em primeiro plano, enquanto este cantava e tirava, sensualmente, os óculos de sol da cara. Mas não te confundas, porque o elemento chave aqui são precisamente os óculos de sol. Sem massa nas lentes e com muito pouca nas hastes, fazem lembrar o modelo da trilogia de êxito da altura: o Matrix. Aquele toque futurista ainda contrasta com o modelo de smoking dos anos 90, bastante comprido e de corte recto.

Não esqueçamos a pequena nota de apreço pelos (agora antiquados) efeitos de água na imagem, que ainda acentuam mais o toque de final de século a este vídeo de letra romântica que fala de um coração destroçado.

És loucura - Suor de palco

Depois de começarem a andar na estrada, a dar concertos em terras, terriolas, capitais de distrito e discotecas, o Excesso encontraram liberdade para se distinguirem uns dos outros pelos acessórios. E como em qualquer banda do género, haverá sempre o santo e o pecador, o adorado e o alternativo. Por isso, entendemos os coletes com fecho e os gorros à Eminem "back in the days" como algo que os mais rebeldes escolheriam. E de certeza que tu, numa dessas gavetas desarrumadas do teu quarto, terás também uns colares de chapa de identificação (ou um daqueles fios apertadíssimos ao pescoço). Mais do que qualquer outro acessório, o colar era para esta banda (e para ti) o must-have da década.

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Aos mais conservadores resta a t-shirt e o boné com o logótipo de marca X, a dobrar e a combinar.

Não me quebres o coração - Caravela da roupa branca

E aqui é quando entendemos que a produção já não olha a gastos. Há uma caravela, há um cavalo, há um piano na praia e há um antigo Volkswagen Beetle. Com o objectivo de escapar a uma desilusão amorosa estes quatro elementos encontram-se no paraíso. Uma versão portuguesa do "You make me wanna" dos Blue, com um toque mediterrânico e que, pela primeira vez, conta com presença feminina na parada.

Numa estação intermédia de primavera ou de outono, as malhas são sempre o melhor amigo. Entrelaçadas, de ponto mais aberto ou até mesmo de algodão, neste vídeo o white look é uma presença incontornável, e que representa lindamente o look minimal da temporada. Note-se ainda o prático corte das calças de linho com elástico na cintura, conferindo liberdade à moda masculina de então, porque o extensível ia para além do convencional sportswear.

Carlos, Gonzo, Melão, Duck e João Portugal inovaram na melodia e acompanharam o estilo internacional com a ousadia necessária. Nesse too much que os caracterizava, a começar pelo próprio nome, os decotes afirmavam-se por si só: em V, a mostrar os ombros ou de camisa aberta. Davam tudo o que houvesse para dar, mesmo que o dar durasse apenas mais alguns anos.