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Se Apaixonando Pelo Occupy Wall Street

Vi as manifestações evoluírem de um grupo contido de pessoas com cartazes para um acampamento temporário e eventualmente para uma cidade superpovoada de barracas.

Texto e Fotos Por Taji Ameen

O Occupy Wall Street muda todo dia. Nesses dois meses frequentando a ocupação já consigo reconhecer os habituées — o comuna de fones de ouvido com jornais chineses embaixo do braço, o inglês que está sempre de chapéu de cowboy — mas o clima era sempre diferente. Vi as manifestações evoluírem de um grupo contido de pessoas com cartazes para um acampamento temporário e eventualmente para uma cidade superpovoada de barracas. No começo, eu não sentia nenhum desejo de competir com os jornalistas, as transmissões ao vivo, os turistas e os vários otários com câmeras SLR. Aí um grupo de amigos começou a acampar no Zuccotti Park, a polícia começou a pegar pesado com as pessoas, e logo tudo o que eu queria fazer era ser amigo desses moleques idealistas. A experiência toda era um sonho para fotógrafos. Se você tinha uma câmera os manifestantes te amavam — toda vez que havia uma prisão ou alguém apanhava, milhares de manifestantes gritavam “Vergonha, vergonha, vergonha” ou “Leva um fotógrafo pra lá”. No entanto, se você estava fotografando sem uma credencial oficial de imprensa, era melhor tomar muito cuidado para não acabar algemado com aquelas desumanas braçadeiras plásticas ou levando uma porretada na cachola. Fiz o melhor que pude para entrar e sair de situações cabeludas e pra não irritar os policiais. Uma vez, quando as coisas começaram a esquentar entre os manifestantes e a polícia, tive um impulso de correr pro meio do parque para fazer uma foto,
mas um manifestante mais velho me segurou pelo braço e me disse pra ficar pra trás. Foi um bom conselho. Momentos depois vi um amigo meu levar um safanão e ser algemado com as tais braçadeiras. Se você visse tudo que eu vi lá, com certeza ficaria do lado dos manifestantes. Claro, muitos deles estão defendendo suas próprias causas malucas, mas não dava pra não sentir companheirismo, um sentimento de que eles estavam fazendo algum tipo de diferença positiva no mundo. O Occupy Wall Street é o movimento mais genuinamente revolucionário que já vi, e eu tenho orgulho de ter estado lá pra ajudar a documentar.