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Vice Blog

Bandas portuguesas que vos andam a passar ao lado (e não deviam) - Parte 2

Mais uma dose daquilo que devem ouvir.

E eis a segunda parte da colheita nacional que vos demos a apresentar a semana passada. Mais cinco nomes a manter debaixo de mira e com os links que interessam.

YONG YONG

Representantes da electrónica rudimentar mais far out, os Yong Yong merecem lugar de honra; e não apenas nos limites nacionais. Repletos de detalhes insólitos, as suas composições caseiras brilham entre a memória distorcida e a imaginação adulterada pelos psicotrópicos. De resto, o álbum Love, editado o ano passado pelo britânica Night School, expõe uma mão cheia de viagens a um espaço e a um tempo ainda por decifrar. É também um dos mais incríveis delírios da música portuguesa nos últimos anos, daqueles objectos dignos de dividir opiniões extremas. Ecos dub e infusões r'n'b entram em cena, arrastados e alterados até alcançarem um corpo já distante da origem e mais longe ainda de um destino. No fundo, é essa a experiência intercalar que interessa. Bendita moca.

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DJ PATECO

Confesso que não me recordo como dei de caras com

DJ Pateco

, mas sei que, desde então, fui acompanhando com regularidade o espólio deste jovem produtor e DJ sediado em Loulé. Homem-máquina imparável, gerador de batidas enquadradas nas frequências africanas aplicadas ao filtro digital dos tempos de hoje. Tarracha, kizomba, kuduro e techno são coordenadas assíduas no seu trabalho que, à priori, recordam as frequências dadas a conhecer pela editora lisboeta Príncipe. Sendo que a sua página de Soundcloud serve de laboratório online, encontram-se por lá temas ainda em elaboração, mas também outros demasiado bombásticos para não terem mais seguidores e ovações. Resta a questão: para quando um Boiler Room com DJ Pateco?

E eis a segunda parte da colheita nacional que vos demos a apresentar a semana passada. Mais cinco nomes a manter debaixo de mira e com os links que interessam.




YONG YONG


Representantes da electrónica rudimentar mais far out, os Yong Yong merecem lugar de honra; e não apenas nos limites nacionais. Repletos de detalhes insólitos, as suas composições caseiras brilham entre a memória distorcida e a imaginação adulterada pelos psicotrópicos. De resto, o álbum Love, editado o ano passado pelo britânica Night School, expõe uma mão cheia de viagens a um espaço e a um tempo ainda por decifrar. É também um dos mais incríveis delírios da música portuguesa nos últimos anos, daqueles objectos dignos de dividir opiniões extremas. Ecos dub e infusões r'n'b entram em cena, arrastados e alterados até alcançarem um corpo já distante da origem e mais longe ainda de um destino. No fundo, é essa a experiência intercalar que interessa. Bendita moca.






DJ PATECO


Confesso que não me recordo como dei de caras com DJ Pateco

, mas sei que, desde então, fui acompanhando com regularidade o espólio deste jovem produtor e DJ sediado em Loulé. Homem-máquina imparável, gerador de batidas enquadradas nas frequências africanas aplicadas ao filtro digital dos tempos de hoje. Tarracha, kizomba, kuduro e techno são coordenadas assíduas no seu trabalho que, à priori, recordam as frequências dadas a conhecer pela editora lisboeta Príncipe. Sendo que a sua página de Soundcloud serve de laboratório online, encontram-se por lá temas ainda em elaboração, mas também outros demasiado bombásticos para não terem mais seguidores e ovações. Resta a questão: para quando um Boiler Room com DJ Pateco?








ALEK REIN


Alter-ego do artista multidisciplinar Alexandre Rendeiro, "Gemini" foi uma entusiasmante surpresa no já distante ano de 2010. O EP que dava a conhecer então esse ilustre desconhecido, reservava um inspirado punhado de canções cunhadas ao sabor da folk e regadas pelo psicadelismo agridoce dos anos 70. Desde então tem-se apresentado por várias espaços lisboetas e não só, sedimentando obra e mito. Distingue-se pela entrega sóbria, mas encantatória, de encontro a uma música vital em riqueza de ideias e resultados pouco óbvios. No universo cantautor (como se gosta de apelidar) nem sempre é fácil encontrar um pousio propício, mas Alek Rein parece, definitivamente, ter descoberto o seu. Há-que celebrar e acompanhar o feito.






ONDNESS


Viveiro de jams paranormais e cenários tropicais processados, Ondness é uma das muitas identidades de Bruno Silva (Canzana, Sabre ou Bandeira Branca são outras). Nela escutamos resquícios de electrónica abstracta e uma abordagem à experimentação mais ambiental, optando quase sempre por nunca descortinar exactamente o que está diante de nós, como se um espesso nevoeiro se tratasse. É nesse complexo jogo de sombras e penumbras, de expectativas e sugestões, que irradiam melodias serpenteantes cuja única indução é a do transe desgastado e impiedoso por um estado pós-euforia. Mágico por certo, o conjunto de miragens no deserto sépia de Ondness é tão vasto como a mente de cada um. "Nas Margens" e "Poor Man's Twilight Zone" representam as suas mais recentes investidas, ambas em formato de fita magnética. O monstro ainda agora acordou.







LOS SAGUAROS


Entre planícies áridas e cactos dispersos, os Los Saguaros poderiam chegar de um deserto mexicano mas quis o destino que o seu último disco Sonora nascesse de um estúdio barreirense. Com a produção a cargo de Nick Nicotine, o duo — que também ingressa nos Sonic Reverends — há muito que apenas apanha as ondas mais fortes do surf rock, não perdendo tempo a chapinhar onde menos interessa. Reflectindo boas referências e expondo melhores apreensões, boa parte destes instrumentais conservam uma inevitável faísca punk que apenas não é ateada simplesmente porque esse não é objectivo aqui. Menos motim nas ruas e mais viagens sem rumo estrada fora. O vosso Verão já está salvo.

ALEK REIN

Alter-ego do artista multidisciplinar Alexandre Rendeiro, "Gemini" foi uma entusiasmante surpresa no já distante ano de 2010. O EP que dava a conhecer então esse ilustre desconhecido, reservava um inspirado punhado de canções cunhadas ao sabor da folk e regadas pelo psicadelismo agridoce dos anos 70. Desde então tem-se apresentado por várias espaços lisboetas e não só, sedimentando obra e mito. Distingue-se pela entrega sóbria, mas encantatória, de encontro a uma música vital em riqueza de ideias e resultados pouco óbvios. No universo cantautor (como se gosta de apelidar) nem sempre é fácil encontrar um pousio propício, mas Alek Rein parece, definitivamente, ter descoberto o seu. Há-que celebrar e acompanhar o feito.

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ONDNESS

Viveiro de jams paranormais e cenários tropicais processados, Ondness é uma das muitas identidades de Bruno Silva (Canzana, Sabre ou Bandeira Branca são outras). Nela escutamos resquícios de electrónica abstracta e uma abordagem à experimentação mais ambiental, optando quase sempre por nunca descortinar exactamente o que está diante de nós, como se um espesso nevoeiro se tratasse. É nesse complexo jogo de sombras e penumbras, de expectativas e sugestões, que irradiam melodias serpenteantes cuja única indução é a do transe desgastado e impiedoso por um estado pós-euforia. Mágico por certo, o conjunto de miragens no deserto sépia de Ondness é tão vasto como a mente de cada um. "Nas Margens" e "Poor Man's Twilight Zone" representam as suas mais recentes investidas, ambas em formato de fita magnética. O monstro ainda agora acordou.

E eis a segunda parte da colheita nacional que vos demos a apresentar a semana passada. Mais cinco nomes a manter debaixo de mira e com os links que interessam.




YONG YONG


Representantes da electrónica rudimentar mais far out, os Yong Yong merecem lugar de honra; e não apenas nos limites nacionais. Repletos de detalhes insólitos, as suas composições caseiras brilham entre a memória distorcida e a imaginação adulterada pelos psicotrópicos. De resto, o álbum Love, editado o ano passado pelo britânica Night School, expõe uma mão cheia de viagens a um espaço e a um tempo ainda por decifrar. É também um dos mais incríveis delírios da música portuguesa nos últimos anos, daqueles objectos dignos de dividir opiniões extremas. Ecos dub e infusões r'n'b entram em cena, arrastados e alterados até alcançarem um corpo já distante da origem e mais longe ainda de um destino. No fundo, é essa a experiência intercalar que interessa. Bendita moca.






DJ PATECO


Confesso que não me recordo como dei de caras com DJ Pateco

, mas sei que, desde então, fui acompanhando com regularidade o espólio deste jovem produtor e DJ sediado em Loulé. Homem-máquina imparável, gerador de batidas enquadradas nas frequências africanas aplicadas ao filtro digital dos tempos de hoje. Tarracha, kizomba, kuduro e techno são coordenadas assíduas no seu trabalho que, à priori, recordam as frequências dadas a conhecer pela editora lisboeta Príncipe. Sendo que a sua página de Soundcloud serve de laboratório online, encontram-se por lá temas ainda em elaboração, mas também outros demasiado bombásticos para não terem mais seguidores e ovações. Resta a questão: para quando um Boiler Room com DJ Pateco?








ALEK REIN


Alter-ego do artista multidisciplinar Alexandre Rendeiro, "Gemini" foi uma entusiasmante surpresa no já distante ano de 2010. O EP que dava a conhecer então esse ilustre desconhecido, reservava um inspirado punhado de canções cunhadas ao sabor da folk e regadas pelo psicadelismo agridoce dos anos 70. Desde então tem-se apresentado por várias espaços lisboetas e não só, sedimentando obra e mito. Distingue-se pela entrega sóbria, mas encantatória, de encontro a uma música vital em riqueza de ideias e resultados pouco óbvios. No universo cantautor (como se gosta de apelidar) nem sempre é fácil encontrar um pousio propício, mas Alek Rein parece, definitivamente, ter descoberto o seu. Há-que celebrar e acompanhar o feito.






ONDNESS


Viveiro de jams paranormais e cenários tropicais processados, Ondness é uma das muitas identidades de Bruno Silva (Canzana, Sabre ou Bandeira Branca são outras). Nela escutamos resquícios de electrónica abstracta e uma abordagem à experimentação mais ambiental, optando quase sempre por nunca descortinar exactamente o que está diante de nós, como se um espesso nevoeiro se tratasse. É nesse complexo jogo de sombras e penumbras, de expectativas e sugestões, que irradiam melodias serpenteantes cuja única indução é a do transe desgastado e impiedoso por um estado pós-euforia. Mágico por certo, o conjunto de miragens no deserto sépia de Ondness é tão vasto como a mente de cada um. "Nas Margens" e "Poor Man's Twilight Zone" representam as suas mais recentes investidas, ambas em formato de fita magnética. O monstro ainda agora acordou.







LOS SAGUAROS


Entre planícies áridas e cactos dispersos, os Los Saguaros poderiam chegar de um deserto mexicano mas quis o destino que o seu último disco Sonora nascesse de um estúdio barreirense. Com a produção a cargo de Nick Nicotine, o duo — que também ingressa nos Sonic Reverends — há muito que apenas apanha as ondas mais fortes do surf rock, não perdendo tempo a chapinhar onde menos interessa. Reflectindo boas referências e expondo melhores apreensões, boa parte destes instrumentais conservam uma inevitável faísca punk que apenas não é ateada simplesmente porque esse não é objectivo aqui. Menos motim nas ruas e mais viagens sem rumo estrada fora. O vosso Verão já está salvo.

LOS SAGUAROS

Entre planícies áridas e cactos dispersos, os Los Saguaros poderiam chegar de um deserto mexicano mas quis o destino que o seu último disco Sonora nascesse de um estúdio barreirense. Com a produção a cargo de Nick Nicotine, o duo — que também ingressa nos Sonic Reverends — há muito que apenas apanha as ondas mais fortes do surf rock, não perdendo tempo a chapinhar onde menos interessa. Reflectindo boas referências e expondo melhores apreensões, boa parte destes instrumentais conservam uma inevitável faísca punk que apenas não é ateada simplesmente porque esse não é objectivo aqui. Menos motim nas ruas e mais viagens sem rumo estrada fora. O vosso Verão já está salvo.