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cenas

As miniaturas do Michael Jackson atacaram o México

Calma, foi só uma brincadeirinha.
Jamie Clifton
London, GB

Este ano, senti que a malta não se esforçou muito no Halloween. Estava toda a gente vestida de abóbora, a andar pelas ruas, o que me chateou um bocado. Mas hoje entrei no escritório e dei de caras com um envelope dourado, que tinha lá dentro um pequeno livro de fotos do Will Sanders. Chamava-se Halloween e continha uma enormidade de fotografias de miúdos da Cidade do México vestidos como o Michael Jackson. Se há alguém que tenha conseguido tocar o meu coração no Halloween, foram estes miúdos mexicanos vestidos como o gajo com o aspecto mais assustador que já pisou este mundo. Lá acabei por descobrir que o Will já ganhou variados prémios pelos seus trabalhos de fotografia (expostos em todo o mundo), já trabalhou em algumas das mais respeitadas revistas e o seu portefólio é variado. Apesar disto tudo, eu estava mais interessado no série que ele fez sobre o MJ, então fui ter com o Will e fiz-lhe umas perguntas. VICE: Então Will, onde é que encontraste todos estes mini-Michael Jacksons?
Will Sanders: Adoro o Halloween, então fui passear até à Cidade do México, no dia de Finados, em 2009. De repente, apercebi-me de que a cidade estava cheia de gente a usar fatos do Michael Jackson. Foi mesmo estranho. Nunca mais voltei, nem sei se isso ainda acontece, mas acho que devia estar relacionado com o facto de 2009 ter sido o ano em que o MJ morreu. Ya, faz sentido. Mas isso foi por toda a cidade?
Sim. Quer dizer, havia imensos putos vestidos com os típicos disfarces de Halloween, tipo monstros e vampiros. Mas, de repente, apercebi-me de que continuavam a aparecer mais e mais crianças vestidas como o MJ. Até vi esqueletos que se pareciam ao Michael Jackson. Foi muito fixe. Pois, isso parece ser uma moda no México.
Sim, é. Nos Estados Unidos, temos as abóboras e assim, mas no México há esqueletos por todo o lado. A malta veste-se de esqueleto e até existe uma cena chamada “pão da morte”, que é um pão com recheio cheio de diferentes alimentos. Já tiraste outras fotos de Halloween, o que é que te atrai a fazê-lo?
Não sei bem. Adoro o imaginário do Halloween e o Outono sempre foi a minha estação favorita do ano (por causa das cores), então isso é apelativo para mim. É uma pena que só aconteça uma vez por ano. Voltando ao México. Como é que estava o ambiente?
Foi estranho, porque, no ano em que fui, toda a gente andava a passar-se com a gripe das aves. Então, a praça principal, onde o pessoal normalmente se concentra todo, estava vazia. Já lá estive algumas vezes e costuma ser um sítio arejado, com uma atmosfera adorável. O que é que te fez regressar ao México tantas vezes, para passar o Halloween?
É uma espécie de tradição local, porque a ideia é mesmo a celebração dos mortos, de uma maneira extremamente positiva. E toda a história visual disso é incrível. Se passares por qualquer cemitério na Cidade do México, por essa altura, todas as sepulturas têm pequenas imagens e objectos à sua volta. Acho que é algo encantador. Sim, parece fixe. Tens planos para encontrar mais coisas estranhas do género, no próximo ano?
Ainda não voltei lá desde essa vez. Queria concentrar-me em algo mais, mas escolher as fotos para o livro fez-me sentir saudades. Não só pelas fotos, claro. Foi mais porque estar lá, nessa altura do ano, é algo que me faz feliz. É um sítio especial.