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Guimarães

O Cineclube de Guimarães dá uma mãozinha a um gajo de Braga

Um cineclube com terraço (para mirones).

É um dos edifícios mais fixes de Guimarães além de ser a sede de uma das associações mais antigas da cidade. Aqui há tempos entrou em obras e agora até tem um terraço. Só tem quatro andares, mas mostra a cidade de outras perspectivas: telhados, janelas, o Paço dos Duques, o castelo… Tudo visto de cima. Um dos membros da direcção desta associação, que prefere, por razões profissionais, usar o nome falso de Sui Rilva (ya, é preciso ser o John Nash para descodificar isto), afirma que deste terraço, “em dias quentes e com a ajuda de uns binóculos", é possível ver "jovens casais em actividades íntimas nas suas casas", mas esclarece que os vídeos que estão no YouTube não foram gravados por ele.

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Falo da sede do Cineclube de Guimarães, que tem sido palco de muitas actividades (as não oficiais não se podem mencionar), do tipo concertos no terraço, exposições, workshops e, uma vez por semana, reuniões secretas em que os membros da direção se juntam para decidir o destino do mundo. O destino do mundo decide-se lá em cima no terraço. Hoje, pelas 21h30, tem lugar a conferência “Do prego à obra” onde o Rui Prata vai “apresentar algumas estratégias de conceber uma exposição", ou seja, curadoria e isso. Interessa a toda a gente, a uns pela especificidade, a outros "pela cultura geral”, explica o próprio. Se a tua ideia de cultura geral é saber os resultados do campeonato de futebol e a tua cena não são as artes visuais, em especial a fotografia, é provável que o nome deste senhor não te diga nada, mas ele é um gajo importante porque faz cenas (é director do Museu da Imagem, em Braga). O Rui é tambem co-fundador e timoneiro dos Encontros de Imagens de Braga. Sim, Braga. E depois? Este é apenas o início do que pretende ser uma bela e duradoura amizade entre esta instituição e os Encontros de Imagens que regressa com uma extensão, em Setembro e Outubro, ao Cineclube. O Rui confessa-se. "Eu sou mouro porque sou lisboeta, a minha fixação em Braga foi apenas uma estratégia para tentar reconquistar Guimarães." Pelo coração da cultura, claro. É na boa, Rui, já estamos habituados aos mouros. Malta, vamos olhar para isto e enterrar o machado. Estranho é nunca mais terem voltado, uma vez que já andaram por cá há uns anos. Aliás, incompreensível é não terem migrado o festival para Guimarães, que toda a gente sabe (principalmente quem é de cá) que é muito mais fixe do que Braga (polémico!). O que correu mal? “Fomos expulsos à paulada”, diz o Rui Prata. É bem feita, de certeza que mereciam mais, mas esta alegria foi sol de pouca dura porque ele rectificou que estava a ser irónico. "É mentira, sempre fomos muito bem acolhidos." Então qual é a cena? "Dificuldades financeiras", explica o Rui e sabemos que foi aqui que nasceu Portugal. Esta colaboração vai ser um pau de dois bicos porque Guimarães também estará presente em Braga através de um ciclo de cinema programado pelo Cineclube. Lá para Outubro. Com sorte, conquistamos aquilo tudo e a cidade torna-se aquilo que sempre deveria ter sido: uma freguesia vimaranense. Se gostas de fotografia, queres aprender a pregar pregos, sonhas organizar uma exposição ou simplesmente queres dar uma coça a um gajo que vem de Braga, aparece logo à noite às 21h30 na sede do Cineclube, no Largo João Franco. A entrada é gratuita e não há dress code. Ah, e leva uns binóculos. Podem vir a dar jeito caso te aborreças.