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Sexo

Sou de Gaymarães

E tu, em que armário é que vives?

Sempre fui muito experimental com a minha vida sexual, talvez porque a minha primeira vez foi logo um ménage (vulgo trio) com gajas e gajos ao barulho. Foi uma sorte, porque, em vez de entrar em paranóia e tentar encaixar essa experiência numa caixinha (será que sou gay?! Serei bi?!), tive apenas a confirmação de uma coisa: o que eu gosto mesmo é que me façam um bom broche! Então, se forem duas pessoas, melhor ainda.

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Nunca tive problemas em ir de mini-saia ou unhas pintadas tomar café na Oliveira, porque nunca considerei que o meu aspecto exterior fosse sinónimo do tipo de preferências sexuais que tenho. Aliás, depois de descobrir que as pessoas são tão fáceis de iludir/confundir com aparências, passei a usar isso como ferramenta. Em vez de me sentir discriminado, apercebi-me de que o que fazia era mais uma espécie de super-poder. Passei a compreender que muitos “machos” reagiam de forma violenta ou simplesmente absurda porque, na realidade, havia algo dentro deles (ou gostavam que houvesse) que os fazia pensar: “’Tou eu aqui a tentar ser discreto e masculino, enquanto este gajo, que parece um carro das gualterianas, chega e espeta um beijo na boca dos amigos, apalpa as mamas das gajas todas e ninguém diz xiu, nem miu?!“ Amiga bicha machona dentro do armário, esta parte é para ti, olha o que eu descobri! Se me comportar como me dá na real gana (sem violência, claro), as pessoas que me rodeiam serão capazes não só de me aceitar como eu sou, como juntar-se-ão a mim na celebração do nosso à vontade, do nosso amor próprio, da nossa diversidade e do nosso sentido de humor. Se eu fizer de conta que sou outro tipo de pessoa, não só não vou curtir plenamente a minha liberdade, como me vou rodear de pessoas idiotas que estão mal com elas mesmas e que não têm vida própria, por isso falam da vida dos outros. Simples. Verdade? Por esse motivo, quando me vêm com a conversa: “Posso fazer-te uma pergunta? Disseram-me que és paneleiro. Isso é verdade?” Eu respondo: “Se eu sou e tu não, não te interessa. Se tu és… EU é que não estou interessado!” Eu a fazer um V de… Ai, como se chama a equipa de futebol daqui da terra? Eu, no casamento de umas amigas. É fixe fazermos o que nos apetece.