Ocupações na Andaluzia

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Ocupações na Andaluzia

As vítimas do clima de pessimismo econômico espanhol estão ocupando casas abandonadas e realizando enormes protestos e greves ao estilo do Sindicato Andaluz de Trabajadores.

Ao se deparar com os cortes mais severos em serviços públicos da história da democracia espanhola, os trabalhadores da Andaluzia estão passando por tempos indiscutivelmente difíceis. O desemprego na região autônoma do sul da Espanha está em torno de 36% — bem mais alta do que a média nacional de 26% — e as reformas trabalhistas permitiram que as corporações demitissem um bom naco de sua força de trabalho, sem direito a indenizações. As vítimas desse clima de pessimismo econômico responderam ocupando casas abandonadas, como as corralas têm feito, ou realizando enormes protestos e greves ao estilo do Sindicato Andaluz de Trabajadores.

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Inspirados pela aldeia comunitária de Marinaleda, cujo prefeito é também o presidente do SAT — e de sua organização irmã, o Sindicato Obreros de Campo (Sindicato do Trabalhadores Agrícolas) — esses grupos estão expandindo suas operações pela região nos últimos anos. O que incluí os “ataques” tão comentados pela mídia a supermercados em lugares como Sevilha, Málaga e Córdoba.

O que pode ser bom para gerar manchetes, mas limpar o estoque de macarrão e azeite de oliva do comércio local não é a melhor maneira de se fazer uma revolução. O trabalho real do SAT se concentra no processo contínuo de ocupação de fazendas, não somente para protestar contra o fato de toda essa terra cultivável estar em desuso, enquanto seus proprietários se entopem com os subsídios da União Europeia, mas também fornecer um modo de vida para os jornaleros (trabalhadores) locais desempregados.

Foi essa parte da atividade do SAT que atraiu a atenção do fotógrafo José Colón, que cresceu no tipo de cidade pequena da Andaluzia que mais sofre com a crise hoje. Em dezembro de 2012, ele passou duas semanas documentando um desses projetos, o Finca Somonte, nas proximidades de Córdoba. Veja algumas de suas fotos acima.

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O homem de barba é Juan Manuel Sanchez-Gordillo, presidente do SAT e prefeito de Marinaleda. Aqui, ele lidera outros trabalhadores num protesto a favor da apropriação de terras para cultivo coletivo.

A pichação diz: “Esta terra é do povo — Revolução agrária”.

Trabalhadores participam de uma assembleia na qual todas as decisões sobre a fazenda são tomadas coletivamente. O mural diz: “Povo da Andaluzia, não emigre, lute. A terra é nossa”.

Policiais da Guardia Civil tentam desocupar as fazendas tomadas pelos trabalhadores. Os membros do SAT geralmente retornam no dia seguinte para continuar a ocupação.