O Facebook anda a vender produtos contrafeitos

Os anúncios no Facebook facilitam, mais do que nunca, a compra de roupa, carteiras e jóias. Mas infelizmente ainda há quem pense que é mais simples vender imitações de marcas — ainda que, oficialmente, o Facebook proíba os anúncios que vendem material falsificado. Em Outubro, um vendedor de produtos da NFL de Albuquerque, Novo México, interpôs uma acção nos tribunais contra a rede social por esta não ter actuado contra a publicidade de camisolas contrafeitas. Esta acção, que ainda está pendente nos tribunais, fez do Eric Feinberg uma pessoa muito feliz. O Eric não está directamente envolvido no caso, mas é o fundador da Fans Against Kounterfeit Enterprise (FAKE), uma organização sem fins lucrativos que tem como objectivo acabar com as camisolas falsificadas. Falei com o Eric para perceber por que é que as falsificações o incomodam tanto. VICE: Por que é que te meteste no activismo contra as camisolas piratas?
Eric Feinberg: No meu trabalho anterior, era gestor de redes sociais para empresas de relações públicas. Isto é, eles pagavam-me por gerar publicidade ”boca a boca” através de concursos de fotos e comentários no Facebook. Quando partilhava imagens de coisas específicas, tipo jogos da NFL, descobri que ao lado das minhas fotos apareciam anúncios de casacos falsificados que se tornavam virais em murais por todo o mundo. O Facebook personaliza os seus anúncios de acordo com as tuas preferências. Como é que posso gerir as redes sociais de um cliente se sei que o que faço estará ao lado de anúncios de material falsificado? E, quando falava com as empresas que vendiam produtos legítimos sobres estes anúncios, eles não percebiam aquilo que lhes estava a tentar explicar. Ok, percebo. As falsificações prejudicam as grandes empresas, como a Nike ou Reebok, mas o que é que isso interessa às pessoas comuns? Como é que as afecta?
Quando entras num site de falsificações, estás a dar-lhes informação sobre o teu cartão de crédito. Se achas que o facto de poupares algum dinheiro compensa estares a ceder a tua informação pessoal a uma página chinesa, força. A privacidade é outro dos problemas. Como é que recebes estes anúncios? Os produtos piratas custam entre 750 mil a um milhão de trabalhos por ano, só nos EUA. Os consumidores confiam que o Facebook lhes mostra apenas anúncios que sejam legais, mas não é isso que está a acontecer. Achas que as pessoas que compram cenas falsificadas de forma consciente devem prestar contas?
Os responsáveis são as pessoas que as vendem. Há pessoas que compram estes produtos em grandes quantidades para depois as revenderem. Comprar produtos falsos não é ilegal: lucrar com eles é que é.