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Desporto

Desportos que não lembram ao Diabo: Futebol Gaélico

Na Irlanda, a par do hurling (havemos de lá chegar), é o desporto mais popular.

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Para quem acha que o futebol que se joga cá pelo burgo tem poucos motivos de interesse, que não é mais do que pontapé para a frente e fé em Deus – ou em Jesus, caso seja adepto do Sporting -, vai decididamente mudar de ideias quando conhecer o futebol…gaélico. Ou, para simplificar, o futebol irlandês.

Na Irlanda, a par do hurling – havemos de lá chegar -, é o desporto mais popular. O futebol gaélico é um dois-em-um que mistura a técnica do futebol com a força e agilidade do rugby. A bola é redonda e feita de couro, mas mais pequena que uma vulgar bola de futebol. É até mais parecida com uma bola de vólei, basta olhar para as costuras. Para tornar a coisa mais difícil e confundir mais a cabeça, a baliza tem a forma de um "H", o que significa que há uma baliza quase normal mas também postes de rugby.

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O objectivo é marcar golos. Que podem valer um, dois, três ou mais pontos. Depende da pontaria do jogador e da atenção do guarda-redes. Claro que, se a bola for muito alta, o guarda-redes nem a vê. Os golos são assinalados por uma bandeira vermelha, uma branca, um braço levantado ou um apontanço para um pequeno paralelograma situado ao lado da baliza. Tudo depende da pontaria e de saber se os fiscais estão num dia de roubar muito ou pouco. Nisso, é exactamente igual ao futebol: é sempre possível que impere a lei do gamanço.

Se a bola passar sobre o travessão (e entre os postes) vale um ponto, assinalado por uma bandeira branca. Se passar por baixo do travessão (na baliza como nós a conhecemos, defendida por um vulgar guarda-redes) vale três pontos, celebrados pelo levantar de uma bandeira verde. O marcador é algo estranho e funciona num sistema de golos-pontos. Assim, só para dar um exemplo, o resultado pode acabar desta forma: Meath 0-15 | Roscommon 1-11. Quem venceu? Meath, claro está.

Pode-se correr com a bola, mas só durante quatro passos, senão é batota. Depois disso, ou se manda um pontapé ou então passa-se a bola, normalmente ao soco. Se não se fizer nada disso, o mais provável é ser-se colhido por uma "manada" em fúria.

O campo é rectangular e mede 130 metros de comprimento e 90 de largura. Cada jogo dura 60 minutos dividido em duas partes de 30. Se der empate jogam-se mais 20 minutos para desempatar.

Cada equipa é formada por 15 jogadores, distribuídos desta forma: 1 goalkeeper, 2 corner backs, 1 fullback, 3 half backs, 2 mid fielders, 3 half forwards, 2 corner forwards e 1 full forward mais (até) 15 reservas, podendo haver 5 substituições. Cada jogador é numerado de 1 a 15, e o guarda-redes pode usar uma indumentária diferente.

As faltas são muitas, como agarrar a bola directamente do chão, usando apenas as mãos, ou andar quatro passos sem soltar a bola, ou trocar de mão. Quanto aos roubos de bola a coisa é menos violenta que o rugby, sendo permitido utilizar a palma da mão aberta; mas não é possível, por exemplo, usar as duas mãos para roubar a bola, empurrar um adversário ou puxá-lo pela camisa, entrar de carrinho, fazer rasteiras, segurar a bola nas mãos do adversário ou tocar o guarda-redes na pequena-área. De resto vale tudo, menos tirar olhos.