A Avenida Paulista ficou vermelha
Foto: Felipe Larozza/VICE

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A Avenida Paulista ficou vermelha

No início da manifestação, a PM recorreu ao spray de pimenta para separar direita e esquerda.

As cores verde e amarelo deram espaço para o vermelho nesta sexta-feira (18), na Avenida Paulista, em São Paulo. O ex-presidente Lula (PT), que recentemente aceitou o convite de Dilma Rousseff (PT) para ser ministro da Casa Civil, esteve presente no ato, chamado de "pró-democracia". Manifestações similares aconteceram em 27 estados pelo Brasil.

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Diante de militantes, eleitores e movimentos como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o MST (Movimento dos Sem Terra), Lula fez um discurso fremente. "O que vocês estão fazendo hoje na Avenida Paulista… espero que seja uma lição praqueles que não acreditam na capacidade do povo brasileiro", falou ao microfone. Alguns dos presentes chegaram a chorar ouvindo a fala do ex-presidente. O número de presentes diverge. A CUT, durante transmissão online, estimou mais de 500 mil pessoas na avenida. Já a Polícia Militar falou em 80 mil, e o Datafolha, 95 mil.

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Foto: Felipe Larozza/ VICE

"On on on, cadê o filé mignon?", gritavam alguns manifestantes em frente ao prédio da FIESP, que chegou a oferecer almoço para um grupo anti-Dilma que acampou em frente ao local por 39 horas nos últimos dias.

Durante a tarde desta sexta, o lugar virou palco de uma confusão quando cerca de 15 pessoas com os rostos pintados de verde e amarelo abriram uma faixa com os dizeres: "Resistência na ocupação da Paulista. O bem deve prevalecer sobre o mal". Assistidos pela Polícia Militar, manifestantes de ambos os lados começaram a bater boca.

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A PM acabou retirando os manifestantes de verde amarelo e jogou spray de pimenta nos que vestiam roupas vermelhas. Uma policial ameaçou jogar uma bomba de gás lacrimogêneo. Atitudes que, mesmo diante de diversas agressões físicas por parte dos presentes em atos anti-governo durante a semana, não foram tomadas em nenhum momento.

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"Eles [manifestantes a favor do impeachment] começaram a bradar palavras de ordem. E um deles xingou a presidente Dilma de 'vagabunda' e de 'ladra'", comentou Hélcio Beuclair, militante LGBTT que estava presente no momento.

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Este foi o único episódio de violência presenciado pela reportagem da VICE. Porém, no momento em que Lula chegou à Paulista, houve um alvoroço. Militantes, jornalistas e fotógrafos tentavam alcançá-lo enquanto seguranças de porte avantajado evitavam a aproximação.

Outros políticos do PT também estiveram presentes. Para Rui Falcão, presidente do partido, a manifestação reforçava "a população se manifestando em defesa da legalidade, da democracia, contra o Estado de Exceção e as arbitrariedades". Ao microfone, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deu opinião similar. "É um ato que convida a todos os democratas, independentemente da sua orientação ideológica", afirmou.

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Durante o discurso, Lula defendeu sua volta ao Planalto. "Eu vim pra ajudar a Dilma a fazer aquilo que tem de ser feito nesse país. Esse país precisa voltar a crescer", falou. Mas, ao término do ato, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, suspendeu sua nomeação para o ministério. À decisão, que tem caráter liminar (provisória), cabe recurso.

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