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Diane von Furstenberg: Em 98, o CFDA me convidou para me juntar ao conselho. Foi muito gratificante e me fez me sentir como parte de uma família. Me colocaram no comitê para encontrar um presidente. E antes que me desse conta, eu era a presidente! Agora, como presidente do CFDA, sinto que é meu dever proteger e incentivar a criatividade dos estilistas norte-americanos.Com Burberry, Tom Ford e Vetements tomando os primeiros passos para mudar seu ciclo de desfiles, quanto tempo você acha que vai levar até a maioria das marcas seguir o exemplo?
Acho que estamos num momento decisivo. Não vamos ditar mudanças para toda a indústria, mas estamos aqui para levantar e discutir questões, e para oferecer diretrizes que ajudem a proteger a criatividade e apoiar os negócios dos nossos estilistas. No final, cada marca vai fazer o que é certo para si e seus consumidores.Onde você acha que essa guinada deixa jovens estilistas ou as marcas menores?
Acho que é útil para mostrar aos jovens estilistas que um desfile enorme talvez não seja a melhor maneira deles gastarem seu dinheiro.Qual a relevância dos desfiles de moda no nosso clima cultural?
Com as redes sociais e a tecnologia tocando cada parte das nossas vidas, as imagens de um desfile chegam ao consumidor imediatamente. Para muitos consumidores americanos, é frustrante não poder comprar imediatamente o que vemos na passarela. Claramente estamos num ponto em que o papel dos desfiles mudou, e neste momento todas as marcas com que falei estão avaliando como será essa mudança para o consumidor, e a indústria.
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A arte é o coração da indústria. Essas mudanças não são sobre fazer os desfiles serem focados no consumidor, mas tornar os desfiles relevantes para o consumidor.Quais são os prós e contras dessa tendência baseada no consumidor?
Há uma diferença importante entre "baseado no consumidor" e "relevante para o consumidor". Revisitando como apresentamos nossas coleções, estamos no reconectando aos consumidores de modo relevante às suas necessidades. Não estamos dizendo às marcas como desfilar e a quem atender, estamos questionando a ruptura entre o que os consumidores veem e ao que têm acesso.Você acha que as redes sociais tiveram um impacto positivo ou negativo na indústria e em como consumimos roupas?
Elas vieram para ficar, e isso não é algo discutível. A realidade é que estamos na era do consumidor. Eles têm acesso instantâneo à informação. Essa é uma oportunidade para a indústria explorar como se comunicar melhor e mais diretamente com nossos consumidores, nosso público.Na sua opinião, qual o impacto maior da fast fashion em assuntos como o meio ambiente?
Tudo é rápido agora… É simplesmente assim. A indústria deve se adaptar a este novo mundo.Se temos acesso aos produtos assim que eles são mostrados nas passarelas, como isso vai saciar nossa sede cada vez maior por mais?
É uma questão de dar às mulheres o que elas querem, e quando querem.Como você acha que será a indústria daqui 20 anos?
Esqueça daqui 20 anos, em dois tudo já será muito diferente!Dvf.comTradução: Marina Schnoor