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i-Con: Diane von Furstenberg

A belga, que ganhou fama como estilista nos anos 70, agora está liderando a busca para reparar uma indústria que ela vê como “danificada”, adaptando-a ao consumidor.

Foto por Terry Richardson.

Diane von Furstenberg ganhou fama como estilista nos anos 70. Agora presidente da CFDA (Council of Fashion Designers of America), ela está liderando a busca para reparar uma indústria que ela vê como "danificada", adaptando-a ao consumidor. Ela é uma mulher que faz tudo, e é um ícone em fazer isso. Te saudamos, Diane!

Diane von Furstenberg é uma das estilistas mais reverenciadas do mundo da moda. Migrou da Bélgica para Nova York em 1970, com uma mala cheia de jerseys na mão, Diane ascendeu à fama com seu icônico "vestido-envelope". Revolucionando a vestimenta das mulheres trabalhadoras, em 1976 ela tinha vendido mais de um milhão de vestidos e foi capa da Newsweek. Não só seu estilo elegante e design clássico continuam a inspirar e empoderar mulheres do mundo todo, mas Diane se tornou uma ativista dentro da própria indústria, defendendo da diversidade à saúde das modelos. Em 2005, ela recebeu o Prêmio pela Carreira do Council of Fashion Designers of America (CDFA), e um ano atrás foi eleita presidente do conselho. Atualmente, Diane está liderando a busca por reparar uma indústria que ela vê como "danificada", adaptando-a ao consumidor.

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i-D: Como você se envolveu com o CDFA?
Diane von Furstenberg: Em 98, o CFDA me convidou para me juntar ao conselho. Foi muito gratificante e me fez me sentir como parte de uma família. Me colocaram no comitê para encontrar um presidente. E antes que me desse conta, eu era a presidente! Agora, como presidente do CFDA, sinto que é meu dever proteger e incentivar a criatividade dos estilistas norte-americanos.

Com Burberry, Tom Ford e Vetements tomando os primeiros passos para mudar seu ciclo de desfiles, quanto tempo você acha que vai levar até a maioria das marcas seguir o exemplo?
Acho que estamos num momento decisivo. Não vamos ditar mudanças para toda a indústria, mas estamos aqui para levantar e discutir questões, e para oferecer diretrizes que ajudem a proteger a criatividade e apoiar os negócios dos nossos estilistas. No final, cada marca vai fazer o que é certo para si e seus consumidores.

Onde você acha que essa guinada deixa jovens estilistas ou as marcas menores?
Acho que é útil para mostrar aos jovens estilistas que um desfile enorme talvez não seja a melhor maneira deles gastarem seu dinheiro.

Qual a relevância dos desfiles de moda no nosso clima cultural?
Com as redes sociais e a tecnologia tocando cada parte das nossas vidas, as imagens de um desfile chegam ao consumidor imediatamente. Para muitos consumidores americanos, é frustrante não poder comprar imediatamente o que vemos na passarela. Claramente estamos num ponto em que o papel dos desfiles mudou, e neste momento todas as marcas com que falei estão avaliando como será essa mudança para o consumidor, e a indústria.

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Se tudo é focado no consumidor, como ficam a expressão criativa e a arte?
A arte é o coração da indústria. Essas mudanças não são sobre fazer os desfiles serem focados no consumidor, mas tornar os desfiles relevantes para o consumidor.

Quais são os prós e contras dessa tendência baseada no consumidor?
Há uma diferença importante entre "baseado no consumidor" e "relevante para o consumidor". Revisitando como apresentamos nossas coleções, estamos no reconectando aos consumidores de modo relevante às suas necessidades. Não estamos dizendo às marcas como desfilar e a quem atender, estamos questionando a ruptura entre o que os consumidores veem e ao que têm acesso.

Você acha que as redes sociais tiveram um impacto positivo ou negativo na indústria e em como consumimos roupas?
Elas vieram para ficar, e isso não é algo discutível. A realidade é que estamos na era do consumidor. Eles têm acesso instantâneo à informação. Essa é uma oportunidade para a indústria explorar como se comunicar melhor e mais diretamente com nossos consumidores, nosso público.

Na sua opinião, qual o impacto maior da fast fashion em assuntos como o meio ambiente?
Tudo é rápido agora… É simplesmente assim. A indústria deve se adaptar a este novo mundo.

Se temos acesso aos produtos assim que eles são mostrados nas passarelas, como isso vai saciar nossa sede cada vez maior por mais?
É uma questão de dar às mulheres o que elas querem, e quando querem.

Como você acha que será a indústria daqui 20 anos?
Esqueça daqui 20 anos, em dois tudo já será muito diferente!

Dvf.com

Tradução: Marina Schnoor