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Minha Noite Com Madame January Seraph

Comecei indo a um spa em Park Slope para receber minha primeira massagem e finalizei num hotel em Manhattan para ter minha primeira sessão com uma dominatrix.

Minha semana passada foi de primeiras vezes. Comecei indo a um spa em Park Slope para receber minha primeira massagem e finalizei num hotel em Manhattan para ter minha primeira sessão com uma dominatrix. O tema da semana passada, aparentemente, foi “tocar”.

Do momento em que recebi o release de imprensa informando que a dominatrix de São Francisco, January Seraph, estava agendado sessões privadas exclusivas em Nova York, até a noite da minha própria sessão com ela, meus nervos e o meu nível de serotonina entraram numa montanha russa que começou com “Que coisa excêntrica e selvagem, vou fazer isso mesmo”, e terminou em “Que medo, me sinto entrando numa casa assombrada”.

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Como disse pra própria January durante nossa conversa para quebrar o gelo, apanhar de mulheres bonitas não é novidade pra mim, mas uma coisa é levar umas palmadas da menina com quem você assiste Gossip Girl, outra muito diferente é ser amordaçada por uma amazona de mais de 1,80m que ganha a vida fazendo as pessoas chorarem de dor.

Pelo bem do meu namoro, e também porque não fiquei muito empolgada em postar fotos minhas pelada na internet, fiquei de roupa o tempo todo. Mesmo de calça jeans, minha bunda ainda ardia no metrô pra casa naquela noite. Suspeito que a January tirou proveito da primeira vez que teve permissão para espancar livremente uma repórter. Olha só! Foi a primeira vez pra nós duas.

Aqui está minha entrevista com a January, que devo dizer, foi MUITO estranha de transcrever porque deixei o gravador rodando durante a sessão. Já ouviu seus próprios sons de beijo num pé descalço? É bem legal.

VICE: Há quanto tempo você é dominatrix?
JANUARY SERAPH :Quatro anos. Comecei fazendo vídeos de submissão, mas nunca fui muito boa nisso. Chegou uma hora em que minha mentora disse: “Por que você continua fazendo isso? Não parece que você realmente gosta”.  Aí ela me ensinou algumas habilidades novas e me deixou assistir algumas das suas sessões. Depois fiz vários trabalhos em vídeo e comecei a pegar clientes particulares quando me senti confortável.

Em que momento você conseguiu largar o trabalho diurno pra só fazer isso?
Bom, nunca tive um trabalho diurno porque comecei como stripper, depois fui modelo de bondage e aí passei pra isso aqui. Então esse é o meu trabalho mesmo. E é um trabalho muito legal.

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Você agenda viagens como essa com muita frequência? Ou você viaja quando já tem encontros especiais pré-planejados?
Divido meu tempo entre São Francisco e Los Angeles. Também vou para cidades como aqui (Nova York) e Chicago cerca de três vezes por ano.

Você já estava com a agenda lotada antes de chegar aqui?
As pessoas sempre esperam até o último minuto. Depois que cheguei foi uma correria com todo mundo ligando e dizendo: “Preciso te ver agora!”.

Entrei em todos os seus sites e notei que você também faz muitos trabalhos de orientação e tutoria. Quando você decidiu expandir?
Bom, gosto de falar sobre o que faço e encontrei pessoas que sempre quiseram falar sobre isso comigo, então decidi começar a fazer uma série de vídeos educativos voltados mais para as pessoas do mainstream, tipo pessoas que NUNCA exploraram essas coisas. Acho que o BDSM realmente pode fortalecer uma relação antiga e também é uma maneira de construir uma relação de confiança entre o casal.

Alguém já marcou uma sessão com você e amarelou?
Sim. Muitas pessoas ficam empolgadas com suas sessões e mandam vários e-mails, e quando chega o dia marcado elas não conseguem ir. Às vezes as pessoas ficam constantemente doentes, ou alguém sempre morre e eu fico tipo “Sério? Você tem tantos parentes assim? Porque eu não tenho”.

Você acha que ser dominatrix é algo que realmente se aprende? De algum jeito, me parece que você já tem que ser.
Eu acho, porque de certo modo é como atuar. Minha personalidade, na vida cotidiana, não é excessivamente exigente e não sou tão rigorosa. Mas quando vou pra uma sessão, tenho uma maneira muito estrita de como quero as coisas. Mesmo que seja divertido, tenho uma ideia muito clara de como as coisas devem acontecer e esse é o meu mundinho por algum tempo. Então, se a pessoa pode aprender algumas habilidades de atuação, ela pode aprender a como ser uma dominatrix.

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O que você faz quando algum cliente fica louco por você?
Nunca tive uma experiência ruim [bate na madeira]. Faço questão de conhecer um pouco a pessoa antes de nos encontrarmos pessoalmente. Mesmo por e-mail, ou por telefone. Já tive uma sensação ruim com algumas pessoas, mas nesses casos eu digo: “Não acho que nós realmente combinamos, você precisa encontrar outra pessoa”. É tudo uma questão de interpretar, uma questão de conexão.

Você atende caras e minas?
Principalmente homens, mas ultimamente tenho pegado mais e mais casais.

Queria que fossem mais meninas.
[Risos] Eu também. Muitas das garotas que vem pra uma sessão só querem aprender como dominar seus namorados, e isso é muito divertido. Elas querem saber o que usar, como montar um cenário, como entrar na sala e dizer “OK, agora sou sua dominatrix”.

Você já teve sentimentos por algum cliente?
Não, eu não tenho esses problemas. Acho que como fui uma trabalhadora do sexo por tanto tempo, me tornei muito boa em traçar limites.

Você tem um parceiro na vida pessoal?
Tenho um namorado novo. Não sou de ficar solteira muito tempo. Parece que eu deveria ser “inamorável”, por causa das coisas que faço. Sou uma dominatrix, faço pornô, viajo o tempo todo e de alguma maneira sempre encontro gente muito legal pra namorar.

Tem alguma coisa que nunca te perguntaram e que você gostaria que soubessem sobre a sua profissão?
Só que é um jogo de adultos. Não me levo tão a sério e não levo as pessoas tão a sério. No final das contas é tudo uma questão de interpretação e diversão.

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Perguntei pra ela se esse tipo de nó tinha algum nome especial. Sou uma nerd retardada mesmo.

Não sei o que é mais legal nessa foto, minha marca d'égua ou esses acessórios de unha incríveis (Onde compra isso?).

Lambendo botas. Nada demais.

Olhar de terror. A temperatura do meu corpo era 125º nessa hora.

Mostrei essa foto pra minha amiga e ela disse: “Ela está lambendo seu suéter. Espera aí, você está dormindo?”.

Fotos por Adam Gong