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Música

Discos: Rhye

Ouvir amor, fazer amor.

Woman
Polydor
8/10 É impressionante que, mal ouvimos a primeira palavra de Woman (na apropriada “Open”), percebemos logo a influência primordial dos canadianos Rhye: Sade Adu, esse ponto alto do r’n’b lânguido. Não há mal nenhum nisso, note-se. Pelo contrário, ir beber ao veludo do amor e transformá-lo em camadas sensuais e/ou urbano-depressivas (Abel Tesfaye, já tenho saudades tuas) é o que está a dar na soul contemporânea. Apesar de tudo, há riscos. Os saxofones e os downtempos podem cair no erro de serem confundidos com o r’n’b desnorteado dos meados dos 90s. Mas é aí que o duo Rhye e a voz andrógina de Mike Milosh (homem, sim, estamos a ouvir uma voz masculina durante todas estas dez maravilhosas faixas) conseguem fazer o twist preciso e tornar Woman num exponencial compêndio de paixão pela mulher, sexy e viciante como tudo. Acertar assim ao primeiro disco é obra. Venham mais, por favor.