O que é preciso para resolver o problema da Cracolândia?
Crédito: Rogério de Santis/VICE

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O que é preciso para resolver o problema da Cracolândia?

Especialistas e autores de experiências de sucesso em outros países contam como a Prefeitura de São Paulo está falhando ao lidar com a complexa relação entre crack, miséria urbana e população de rua.

Na manhã de 21 de maio, João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, afirmou que a Cracolândia tinha acabado. "Não vai voltar mais", assegurou, convicto, em frente às câmeras. A certeza do gestor se originava na operação da Polícia Militar que buscava extinguir de uma vez por todas a conhecida área da região central da cidade dominada pelo consumo e a venda de crack. Assim como um de seus antecessores, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que também acreditou ser capaz de exterminar o local, Doria falhou na missão.

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Há pelo menos 15 anos o quadrilátero paulistano do crack sobrevive gestão após gestão, programa após programa, ação da PM após ação da PM. Em tese, parece simples resolver o problema. Bastaria acabar com o tráfico de drogas e retirar os viciados dali. Bastaria, então, "recolocar" a Cracolândia no mapa de São Paulo. Por que, afinal, é tão difícil resolver esse problema?

Existem diversos exemplos de cidades pelo mundo que conseguiram extinguir suas versões internacionais da Cracolândias. Bogotá, na Colômbia, é um exemplo sempre citado. Nova York, nos EUA, virou referência quando se fala em crack. O que falta, então, para que a capital paulista tenha sucesso? Para Robert Stutman, ex-diretor da DEA (Drug Enforcement Administration, agência responsável por combater o tráfico de drogas) no estado de Nova York, a estratégia da prefeitura e do governo de São Paulo está equivocada. "Temos uma área na cidade de Nova York chamada Alphabet City, no Lower East Side, que foi a Cracolândia de vocês. Nós enchemos a área de polícia, mas tudo o que fizemos foi deslocar os viciados. Não fizemos absolutamente nada a não ser mudar o problema de lugar. Você tem que resolver os problemas subjacentes para lidar com a questão", disse ao Motherboard.

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