A cultura do vinho é nossa, é portuguesa, ou não fosse a tradução literal em mandarim para a palavra Portugal: a terra da uva. Também é nossa a tradição de ingeri-lo como primeiro alimento do dia, acompanhado de uma bela sandes recheada de pedaços das diferentes partes do porco, confeccionado de todas as maneiras que a cozinha portuguesa permite.Por exemplo, numa casa de pasto em Marco de Canaveses não se servem sopas de "cavalo cansado". Aqui é mais menú de "toiro enraivecido", ou pequeno-almoço para adultos e é só para quem pode.
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Eu provei, mas só o vinho (porque evito ao máximo comer carne). Servem verde branco, o da zona. Já eram umas dez da manhã. Tarde para tomar o pequeno-almoço, mas cedo para meter no corpinho aquele líquido que cai bem, é fresco, sabe a uva e tende para o ácido. Ou seja, é o substituto perfeito desses copos purificantes de água morna com umas gotas de limão, mas que não batem.Ainda por cima, esta malta não vai em copinhos (também, mas muito poucos). São copos bem servidos e às vezes com direito a bis.
É daqui que saem para ir trabalhar, prontos para começar mais um dia, sobretudo na agricultura e na construção, onde se sujam aquelas unhas e se queima o couro.A partir do meio-dia começam a servir-se almoços e, a esta hora sim, começam a ver-se senhoras entrar. Antes menos, porque a preseça masculina é evidentemente maioritária, embora uma ou outra se aventure.Noves fora, somos todos portugueses. Mas, há os do suminho de laranja com torradas de pão integral e iogurte com muesli, os do pastel de nata, ou torrada de pão de forma e café… e depois há os outros. Ou melhor, estes.
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