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Música

Discos: Canzana

Ruído e free jazz.

Santa Catana

Cérebro Morto

7/10

Quando o Bruno não está ocupado a cascar forte e feio em qualquer que seja a nova coqueluche do r&b para hipsters, dedica-se a tocar numa miríade de projectos — Osso, Ondness, Sabre, Olive Troops SOS, entre outros que agora me escapam. Tal como o faz o Pedro Sousa, quando não está ocupado a estar cego à porta do Indie Rock Café com o pessoal da Fetra. Juntos, formam os Canzana, que essencialmente é uma banda para agradar a dois tipos de pessoas diferentes: os que gostam de música “desafiante” e fora do padrão habitual, e os que se riem que nem javardos com o nome.

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Santa Catana

é o segundo disco deste duo, que sucede a

Sangue De Tigre

, de 2011, e coloca-os ali algures no free jazz, se bem que não se possa definir concretamente o que é que free jazz quer dizer; eu estou a seguir o caminho mais simples e ignorante e a encarar isto como jazz, porque se mete um saxofone é jazz de certeza (pelo menos até alguém vir à caixa de comentários escrever que os Stooges tinham o Steve Mackay e eu ser obrigado a engolir esta review), e como free porque se baseia, grosso modo, na improvisação e exploração de espaços pouco comuns.

Há ruído, há formatos não-convencionais, acima de tudo um bonito número inspirado no blues (com a participação de Roberto Leão, que confesso não conhecer mas assumo ser parente do Rodrigo) e um disco sobejamente interessante para aqueles momentos em que estamos fartos da estrutura pop. Aprovadíssimo.