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Música

Discos: Chelsea Wolfe

O negrume não engana.

Pain is Beauty
Sargent House
9/10 O negrume da capa não engana, muito menos o título. Pain is Beauty é uma incursão profunda à melancolia. Tal como os Depeche Mode o fizeram tão bem nos 80s, Chelsea Wolfe apoia-se na sua capacidade de ver a beleza nos momentos mais escuros da existência humana e, se lhe juntarmos a sua multidisciplinaridade (singer-songwriter, dona de uma voz singular, mestre na arte de misturar a folk com cinematografia noir e com resquícios góticos), temos aqui um sério candidato a disco do ano. Pain is Beauty, o segundo registo da norte-americana na Sargent House (casa de nomes respeitáveis como Boris, Russian Circles ou Deafheaven), é uma viragem mais electrónica — ouça-se, por contraste, Apokalypsis, ou mesmo a Daytrotter Session, em que “Benjamin” ao piano é de arrepiar —, mas ainda assim etérea (sim, não há como fugir a este termo). Chelsea Wolfe estreia-se em Portugal já em Outubro, a propósito do festival Amplifest. E é daqueles concertos a que não se pode faltar.