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Bombardeio Israelense Mata Quatro Crianças na Praia de Gaza

Vários ataques foram informados na Faixa de Gaza na quarta-feira, incluindo um que matou quatro crianças, todas de uma mesma família de pescadores.

ATUALIZAÇÃO: Oficiais israelenses disseram que vão suspender temporariamente os ataques a Gaza por uma “janela humanitária” de cinco horas na quinta-feira, mas alertaram centenas de milhares de moradores para não retornarem às suas casas depois do fechamento dessa janela, às três da tarde.

“Durante esse tempo, vamos suspender nossos ataques à Gaza. Essa janela humanitária visa permitir que civis reabasteçam suprimentos necessários.” – @IDFSpokesperson, 16 de julho de 2014.

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“Quando a janela agendada terminar às 15h, os moradores de Beit Lahyia, Shuja'iya e Zeitoun, para sua própria segurança, não devem retornar às suas casas.” – @IDFSpokesperson, 16 de julho de 2014.

Um dia depois do fracasso de um cessar-fogo unilateral em questão de horas, Israel interrompeu os ataques à Gaza, que já mataram mais de 200 pessoas, e pediu que os moradores do local deixem suas casas em preparação para a operação terrestre.

Vários ataques foram informados na Faixa de Gaza na quarta-feira, incluindo um nas proximidades do porto da Cidade de Gaza que matou quatro crianças, todas de uma mesma família de pescadores. As crianças se chamavam Ahed Baker, 11 anos; Muhammed Baker, 11; Zakaria Baker, 10, e Ismail Baker, de 9. Eles estavam na praia quando o ataque aconteceu, assim como dezenas de jornalistas estrangeiros que estão hospedados num hotel próximo.

“Uma mãe palestina reage à notícia de que seu filho foi um dos quatro garotos mortos num bombardeio israelense ao porto de Gaza.” – @AymanM, 16 de julho de 2014.

A imprensa local compartilhou o vídeo a seguir, que contém imagens fortes, mostrando o rescaldo do ataque à praia e as vítimas sendo carregadas em macas.

As fotos a seguir mostram os parentes dos garotos nos respectivos funerais.

Fotos por Momen Faiz.

Numa declaração divulgada na terça-feira, a Human Rights Watch condenou os ataques aéreos de Israel contra civis como “ilegais”.

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“A retórica de Israel é sobre ataques de precisão, mas ataques sem alvos militares e tantos civis mortos dificilmente podem ser considerados precisos”, disse Sarah Leah Whitson, diretora dos observadores do grupo no Oriente Médio, na declaração. “Os casos documentados recentemente em Gaza infelizmente se encaixam no longo registro de ataques aéreos ilegais de Israel, com alta mortalidade de civis.”

O grupo, que também pediu o fim dos ataques indiscriminados com foguetes a Israel, disse que os oficiais israelense afirmam com frequência que membros civis do Hamas, e de outros grupos sem papel militar, são “terroristas”, e que essas pessoas têm sido consideradas alvos como tal. A organização também acusa o exército israelense de atacar regulamente casas de supostos membros do Hamas, sem demonstrar que esses lugares são usados para propósitos militares.

Em sua conta no Twitter, a FDI se defendeu, listando uma série de medidas que afirma usar para evitar mortes de civis.

“Prova A: O que fazemos para evitar mortes de civis

Prova B: O que o Hamas faz para evitar mortes de civis

O que a FDI tem feito para minimizar danos a civis em Gaza?

Ligações: Milhares de ligações e mensagens de texto são efetuadas para Gaza, alertando sobre ataques da FDI na área.

Panfletos: Milhares de panfletos são jogados sobre Gaza, alertando os civis para 'evitar estar nas proximidades de agentes do Hamas'.

Ataques Aéreos Abortados: A FDI cancela ataques quando os pilotos percebem a presença de civis – mesmo quando os mísseis já foram lançados na direção ao alvo.

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'Bater no Teto': Essas bombas barulhentas, mas não letais, alertam civis que estão próximos de um alvo, dando a eles tempo para sair do local.

Ataques de Precisão: A FDI tem visado terroristas com ataques de precisão, minimizando o máximo possível danos a espectadores.

O que o Hamas fez para minimizar danos aos civis em Israel?

Nada.

O objetivo do Hamas é matar civis israelenses.” – @IDFSpokesperson, 16 de julho de 2014.

Os vídeos a seguir, compartilhados pela imprensa e moradores locais, mostram os rescaldos de outros ataques na quarta-feira; um em Khan Yunis, no sul de Gaza, que teria matado três pessoas, e um ataque pela manhã contra o Ministério do Interior de Gaza. Mais de 40 ataque aéreos foram informados em Gaza durante a noite.

Depois do colapso do cessar-fogo de terça, oficiais israelenses disseram que vão intensificar as operações militares e alertaram cerca de 100 mil moradores dos distritos de Shejaia e Zeitoun para evacuar o local – pela primeira vez nos nove dias de conflito.

A Força Aérea israelense despejou panfletos sobre a Faixa, como mostrado nesse vídeo da FDI:

Enquanto isso, o Hamas, que diz não ter sido consultado sobre o cessar-fogo mediado pelo Egito, continuou a disparar foguetes contra Israel, matando um civil.

Depois do fracasso do cessar-fogo entre Israel e Fatah, o Hamas e a Jihad Islâmica teriam estabelecido sua própria lista de dez condições para o cessar-fogo, que incluía uma trégua de 10 anos em troca do levantamento do cerco a Gaza e a libertação dos palestinos presos durante as batidas de busca a três jovens colonos israelenses desaparecidos, que depois foram encontrados mortos, e incluindo prisioneiros previamente trocados na troca de prisioneiros por Gilad Shalit.

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Dylan Collins contribuiu reportando de Gaza.

Tradução: Marina Schnoor