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Tecnologia

Cutucando o Vício

É tipo uma coceira interna, e começa com uma ideinha. Não seria legal ver o que meus amigos estão fazendo?

É tipo uma coceira interna, e começa com uma ideinha. Não seria legal ver o que meus amigos estão fazendo? Mas, não, você está trabalhando. Você precisa terminar seu texto ou enviar um relatório ou chegar num compromisso. Mas dá pra dar uma olhadinha no Facebook, né? E daí lá está você cinco minutos atrasado pro seu compromisso, de novo. Seu chefe tá te mandando emails sem parar, de novo. Você se esforça para focar na tarefa em mãos, enquanto se recrimina, de novo. Chega de Facebook!

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Estes sentimentos não são tão diferentes dos sentimentos de dependência que os alcoólatras e fumantes sentem. Qualquer um viciado em alguma coisa vai contemplar engatar esses comportamentos, normalmente reconhece que é uma péssima ideia, mas inventa algum tipo de racionalização a respeito do porquê está tudo bem (só dessa vez). O viciado, então, geralmente experimenta algum tipo de consequência negativa, e depois se compromete a ficar longe do comportamento compulsivo. Até a próxima vez.

Um novo estudo aponta que os serviços de redes sociais como Facebook e Twitter são mais difíceis de se resistir a do que os cigarros ou álcool. Pesquisadores da Universidade de Chicago divulgaram recentemente dados preliminares de um estudo de controle do impulso realizado em 205 alemães com idades entre 18 e 88. Os pesquisadores foram consultados, através dos telefones Blackberry, muitas vezes por dia durante um período de sete dias. Os pesquisadores perguntaram aos participantes se eles estavam experimentando atualmente um episódio de "desejo". Este poderia ser o desejo por sexo, um objeto, um cigarro, uma bebida, uma espiada em seu Twitter, qualquer coisa. Os participantes então avaliaram os seus desejos numa escala que ia de "leve" a "irresistível".

Os pesquisadores registraram 7.827 episódios de "desejo" ao longo do estudo e, em seguida, analisaram quais as formas de desejo apresentaram as maiores "falhas de autocontrole". Em outras palavras, a quais atividades os indivíduos inicialmente resistem, mas, finalmente, realizam? Surpreendentemente, os dados sugerem que a verificação de contas de mídia social está acima do que ter um cigarro ou uma bebida como uma "falha de autocontrole".

Embora esta conclusão possa parecer surpreendente, na real nem é. Parte da razão pela qual as pessoas se deixam levar pelas compulsões é porque determinam que as consequências não são grandes o suficiente para resistir. Comportamentos como fumar e beber têm um “custo” muito maior do que verificar rapidamente uma conta. No entanto,gastar tempo excessivo no Facebook custa. Custa tempo, e quando as pessoas verificam seus Facebooks vinte vezes por dia, né? Talvez seja a hora de começar a estudar os custos reais associados com o vício em mídias sociais.

Foto via According 2 G.