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Fotos

Relembrando Jouko Lehtola

Nosso fotógrafo finlandês favorito, Jouko Lehtola, faleceu semana passada. Ele fez o mais honesto e maravilhoso retrato da juventude finlandesa que já vimos.

Nosso fotógrafo finlandês favorito, Jouko Lehtola, faleceu semana passada. Ele fez o mais honesto e maravilhoso retrato da juventude finlandesa que já vimos, e tinha aquela rara habilidade de criar uma química especial entre ele e os indivíduos em suas fotos e então capturava o momento perfeitamente. Já apresentamos duas fotos de seu livro Finlandia na nossa Edição de Foto de 2007 e então o encomendamos para o ensaio de moda que fizemos na Big Calf Island. Queríamos que ele fizesse muito mais com a gente, mas agora é muito tarde. Em vez disso nós compilamos nossas fotos favoritas dele e pedimos a dois amigos escandinavos para escreverem suas memórias de Jouko.

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“Acho que foi Sanna Charles a primeira a falar sobre o Jouko Lehtola, e eu adorava ele e seu trabalho desde então. Eu o admiro não apenas porque tirava fotos lindamente honestas, mas porque ele era umas das pessoas mais decentes e descomplicadas que já cruzei na vida. Ele é o tipo de pessoa para quem se você ligasse de madrugada em pânico atrás de fotos — o que eu fazia frequentemente — ele apenas diria, “Bom, os ônibus já pararam de passar hoje, vou deixar essa nevasca passar, aí eu pego minha bicicleta e dou uma passada no estúdio. Eu tenho um voo amanhã cedo e vai entrar certinho no meu horário”. História verídica. Eu nunca nem cheguei a conhecê-lo pessoalmente, e mesmo assim ele nunca me negou nada. Não consigo imaginar como deve ser perdê-lo para aqueles que realmente eram próximos dele.”
Elin Unnes, ex-editor da Vice

“Parece que foi que ontem que Elin me mandou um email pedindo para eu coordenar um ensaio com Jouko Lehtola. Eu fiquei nervoso porque para mim ele era intocável, uma lenda viva. Todos nós conhecíamos suas fotos pelo seu livro Finlandia, que retratava a juventude finlandesa em seu meio natural — jovens e bêbados com um leve toque de desespero. Eu marquei uma reunião com o Jouko mas por alguma razão me perdi e cheguei muito tarde, esperando nada mais do que um 'vai se fuder'. Mas quando a enorme porta preta se abriu, ele me recebeu apenas com carinho e já matou meu nervosismo com suas piadas.

No dia do ensaio eu o estudei trabalhando; ele levava as modelos um pouco além de onde elas se sentiam confortáveis. Nudez era apenas um aspecto, ele conseguia deixá-las no humor certo e fazia uma situação estranha paracer natural apenas sendo relaxado e sincero. Quando o dia virou noite, o Jouko não parou. Eu acho que o ensaio não teria terminado se as baterias da câmera dele não tivessem acabado. Todo mundo estava aliviado e pronto pra empacotar tudo e tomar umas brejas, mas o Jouko ficou chateado. Para ele, fotografia não era algo que começa e termina quando a câmera sai e entra de volta na mochila. Fotografia era sobre o clima e a energia do momento, e sobre provar que aquele momento existe o quanto nós queremos. Eu me sinto privilegiado que tive a chance de conhecê-lo, e tenho certeza que ele será lembrado por muitos.”
Timothy Kühn, ex-empregado da Vice