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O Mamífero Que Mais Sofre com o Tráfico de Animais é o Fofo e Ameaçado Pangolim

Mais cobiçado do que tigres e rinocerontes.

A situação difícil dos tigres, elefantes e rinocerontes tem recebido muita atenção da imprensa nos últimos anos, já que todos eles são cada vez mais ameaçados pelo tráfico internacional de animais. Mas o tráfico, que movimenta em torno de US$20 bilhões por ano, envolve muitas outras espécies além desse trio. Pássaros estranhos, répteis raros e peixes exóticos são ilegalmente capturados e vendidos pelo mundo inteiro. Na verdade, o mamífero mais comumente traficado não é o tigre nem o rinoceronte, e sim o pangolim, como Jeremy Hence discute num artigo aprofundado para o Monga Bay:

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"Desde 2000, um mínimo de uma dezena de milhares desses animais são rastreados internacionalmente a cada ano em países como Paquistão e Indonésia, na Ásia, e Zimbábue e Guiné, na África", diz Dan Challender. O tráfico internacional de pangolins foi banido pela CITES em 2000; além disso, os pangolins são listados como "espécie protegida" em todos os estados asiáticos, exceto em Brunei. Mas o tráfico — condenado tanto por leis nacionais como internacionais — só cresceu desde então.

Em 2010, a TRAFFIC publicou um relatório que estima que um único sindicato criminoso do estado de Sabá, na Malásia, foi responsável por vender 22 mil pangolins em 18 meses. Em 2011, foi estimado que entre 40 e 60 mil pangolins foram tirados da natureza apenas no Vietnã. Mas as estimativas totais são baseadas em apreensões de pangolins feitas pelos agentes da lei, o que pode representar apenas 10% do tráfico total.

"Como o comércio desses animais é ilegal, qualquer estimativa precisa do tamanho desse comércio é impossível", diz Shepherd. "Mas podemos dizer que o tráfico é intenso o suficiente para que essas espécies antes comuns e bem distribuídas tenham sido completamente varridas em muitas partes do seu antigo território."

Tire um tempinho para ler o artigo todo, especialmente porque sábado passado foi o Dia Mundial do Pangolim. Pangolins são criaturas absolutamente fascinantes: insetívoros de escamas relacionados distantemente com os carnívoros, apesar de não terem dentes. Eles são os únicos mamíferos da Terra com escamas e são tão distintos do ponto de vista filogenético que têm uma própria ordem, a Pholidota.

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Os pangolins são caçados tanto pela carne quanto como remédio na medicina tradicional, o que levou a IUCN a considerar todas as oito espécies em declínio, incluindo os pangolins malaio e chinês, ameaçados de extinção. Suas escamas são usadas na medicina tradicional chinesa para promover o fluxo sanguíneo (especialmente no que diz respeito à menstruação e lactação), reduzir inchaços e tratamento contra artrite.

Como o chifre do rinoceronte (e as unhas), as escamas dos pangolins são feitas de queratina, o que nunca foi demonstrado ter qualquer efeito medicinal. Além disso, comer pangolim é considerado por alguns como mais saudável e, talvez por ser ilegal, uma coisa da contracultura, uma grande besteira. O resultado final é que algumas das criaturas mais incríveis e pouco estudadas do mundo estão desaparecendo antes que realmente possamos entendê-las.

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