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cenas

Aprende a ser sociopata com o Vítor Gaspar

Ficam as boas recordações.

Quando em 2011, o PS, PSD e CDS assinaram o memorando de entendimento, alguém imaginaria que chegaríamos

aos 18 por cento de desemprego e a quase 2,5 de recessão

? Claro que não. Mais técnico do que político, dizem os analistas, Vítor Gaspar nunca acertou com os cálculos. Problemas vários (recessão internacional, quebra das exportações ou até o próprio clima adverso) aproximaram o país de um cenário infernal.

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Mas se este

astrólogo

não foi suficientemente combatido nas ruas, o mesmo não se pode dizer da net que está recheada de preciosidades para guardarmos. Damos, por isso, graças ao YouTube, esse repositório da pós-modernidade que nos permite preservar a memória de um longo vexame; a memória de nos escusarmos a aceitar outro ministro assim.

É graças a eles (YouTube e ex-ministro) que reunimos aqui dez momentos (sem pretensão de apresentar os melhores) do tempo (demasiado) em que o ministro das finanças andou

gozar com o pagode

. Alguns são insultuosos, outros apenas tristes. Ficam, assim, dez dicas comportamentais para fazeres com que um país inteiro perca a cabeça contigo. Atenção, isto só é útil se tiveres tendências de sociopatia e se tirares prazer da desgraça alheia.

Mal chegas, encontras logo desvios colossais. O mais importante nem é isso. Os desvios já foram e o debate só atrasa o plano. O que importa frisar é que as consequências vão doer. Obrigado SIC pela música circense de fundo. Faz muito mais sentido assim.

Começa com expectativas. Diz que vai ser duro, mas mostra um futuro ao país. Dizer que a crise acaba em 2012 é um bom engodo. Atira um número ao calhas.

Não mintas. Para quê? Todos sabem que vieste para fazer sofrer o povo. Faz o que tens a fazer e caso os deputados insistam nos detalhes, é bom que percebam inglês.

Quando em 2011, o PS, PSD e CDS assinaram o memorando de entendimento, alguém imaginaria que chegaríamos

aos 18 por cento de desemprego e a quase 2,5 de recessão

? Claro que não. Mais técnico do que político, dizem os analistas, Vítor Gaspar nunca acertou com os cálculos. Problemas vários (recessão internacional, quebra das exportações ou até o próprio clima adverso) aproximaram o país de um cenário infernal.



Mas se este

astrólogo

não foi suficientemente combatido nas ruas, o mesmo não se pode dizer da net que está recheada de preciosidades para guardarmos. Damos, por isso, graças ao YouTube, esse repositório da pós-modernidade que nos permite preservar a memória de um longo vexame; a memória de nos escusarmos a aceitar outro ministro assim.



É graças a eles (YouTube e ex-ministro) que reunimos aqui dez momentos (sem pretensão de apresentar os melhores) do tempo (demasiado) em que o ministro das finanças andou

gozar com o pagode

. Alguns são insultuosos, outros apenas tristes. Ficam, assim, dez dicas comportamentais para fazeres com que um país inteiro perca a cabeça contigo. Atenção, isto só é útil se tiveres tendências de sociopatia e se tirares prazer da desgraça alheia.





Mal chegas, encontras logo desvios colossais. O mais importante nem é isso. Os desvios já foram e o debate só atrasa o plano. O que importa frisar é que as consequências vão doer. Obrigado SIC pela música circense de fundo. Faz muito mais sentido assim.





Começa com expectativas. Diz que vai ser duro, mas mostra um futuro ao país. Dizer que a crise acaba em 2012 é um bom engodo. Atira um número ao calhas.





Não mintas. Para quê? Todos sabem que vieste para fazer sofrer o povo. Faz o que tens a fazer e caso os deputados insistam nos detalhes, é bom que percebam inglês.





Diz ao teu país que tem “o melhor povo do mundo”. Tem sempre em mente que estás a aplicar uma receita, para o bem dos teus súbditos. Fá-los apreciar a medicina.





Na política, se o Honório Novo ou o João Galamba te pressionarem nas comissões parlamentares, quebra o gelo.





Se for a Ana Drago não cedas só porque é uma miúda gira. Ela foi eleita,

tu não

.





Lá fora fala com outros modos. Não faças política para as televisões. Nada de discursos discordantes na Europa. Os juros e os ratings dependem da nossa credibilidade. O melhor que tens a fazer é choramingar condições vantajosas junto do Schaüble ou

daqueles que lucram com a crise

.





Os subsídios foram um modo de não se despedir 100 mil funcionários públicos. Como para despedir “seria preciso pagar compensações e o efeito imediato não existiria. No imediato, uma rescisão amigável pode custar mais que manter um trabalhador no activo”. É isso, sê cruel e explica que há 100 mil pessoas só mantêm o emprego porque fica mais em conta.





Há falta de investimento de Portugal? É verdade que é “muito preocupante”, mas a culpa não é tua. A culpa é do clima, dos aguaceiros e do frio.





No final, mesmo antes de se sair do cargo de ministro, é suposto gozar-se com toda a gente. Depois do sufoco e de todas as medidas impostas, fica bem dizer aos que cá ficam: agora é convosco, “chegou a altura do investimento”.

Diz ao teu país que tem “o melhor povo do mundo”. Tem sempre em mente que estás a aplicar uma receita, para o bem dos teus súbditos. Fá-los apreciar a medicina.

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Na política, se o Honório Novo ou o João Galamba te pressionarem nas comissões parlamentares, quebra o gelo.

Se for a Ana Drago não cedas só porque é uma miúda gira. Ela foi eleita,

tu não

.

Lá fora fala com outros modos. Não faças política para as televisões. Nada de discursos discordantes na Europa. Os juros e os ratings dependem da nossa credibilidade. O melhor que tens a fazer é choramingar condições vantajosas junto do Schaüble ou

daqueles que lucram com a crise

.

Os subsídios foram um modo de não se despedir 100 mil funcionários públicos. Como para despedir “seria preciso pagar compensações e o efeito imediato não existiria. No imediato, uma rescisão amigável pode custar mais que manter um trabalhador no activo”. É isso, sê cruel e explica que há 100 mil pessoas só mantêm o emprego porque fica mais em conta.

Há falta de investimento de Portugal? É verdade que é “muito preocupante”, mas a culpa não é tua. A culpa é do clima, dos aguaceiros e do frio.

No final, mesmo antes de se sair do cargo de ministro, é suposto gozar-se com toda a gente. Depois do sufoco e de todas as medidas impostas, fica bem dizer aos que cá ficam: agora é convosco, “chegou a altura do investimento”.