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Música

Discos: Pearl Jam

Mais uma banda para a prateleira.

Lightning Bolt
Universal
3/10 Se tivéssemos uma máquina do tempo e voltássemos à primeira metade dos anos 90, as novidades que teríamos para contar sobre as bandas mais aclamadas daqueles anos pareceriam anedóticas: o Chris Cornell fez música com o Timbaland, os Stone Temple Pilots têm o tipo dos Linkin Park como vocalista e o Dave Grohl lidera uns aborrecidíssimos Foo Fighters. Estes são alguns exemplos de um walk of shame de uma época e género que não conseguiram sobreviver ao passar dos anos e que agora parecem mortos e enterrados. Os Pearl Jam foram um dos poucos exemplos de bandas que se mantiveram activas e/ou populares até à data. Seja pela inesgotável popularidade que aparentam manter sempre que pisam solo luso (cá, até os James são adorados, por amor de Deus), seja pelo fluxo constante de álbuns, ou pelo menos singles que apelam ao mínimo denominador comum entre o que é comercial e o que vai na linha do que eles sempre fizeram, ou até pelo simples facto de terem estado sempre no activo, num voo abaixo do radar, bastante tranquilo e sem grandes turbulências. Se os quatro (!) últimos discos lançados já deixavam antever uma tendência descendente alarmante no (pouco) esforço que os Pearl Jam punham em fazer discos minimamente memoráveis, este Lightning Bolt é um baixar de braços completo em cruise control. Apesar de medianos, os anteriores álbuns safavam-se por ter um par de canções que gostávamos de ouvir de novo. Nada aqui se aproveita, e as únicas canções que possam parecer mais apelativas soam lamentavelmente a algo que já ouvimos demasiadas vezes. Lightning Bolt, no seu melhor, resume-se a um punhado de malhas aceitáveis, e no seu pior apresenta algumas das piores músicas que o Eddie Vedder e os amigos já fizeram na carreira — "Sleeping By Myself" tem tanto azeite que podia perfeitamente encaixar-se no catálogo dos Nickelback ou dos Creed. É claro, hoje em dia, ninguém exige muito a estes tipos, mas este disco afunda o nível (não muito elevado) daquilo que estava para trás, colocando-os naquela distinta prateleira de bandas de renome que se tornaram irrelevantes e continuam a lançar álbuns. Tipo Placebo, estão a ver?