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nasa

Amor no espaço sideral

As mulheres também deveriam ir até ao espaço.

Todos nós já vivemos aquele momento na fila de supermercado, quando, aborrecidos de morte — e enraivecidos pela velhinha que jura pela saúde da sua filha que trouxe mas não encontra o cartão de descontos e pede só mais um minutinho —, os nossos olhos (e não existindo seios alheios onde os repousar) encontram refúgio nas capas de revistas tão inócuas quanto a

TV Guia

, a

Nova Gente

e a

Caras

, que nos ensinam tudo o que não queríamos saber sobre a

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Casa dos Segredos

e sobre as vidas do suposto

jet set

. Porém, uma rara vez por outra, as mesmas são acompanhadas, na prateleira, por coisas como a

Super Interessante

e a

Visão

, revistas que nos puxam mais pelo cérebro — visto que somos todos muito intelectualóides e cultos.

É nessas revistas que podemos encontrar artigos sobre o espaço sideral, nomeadamente sobre a vida dos astronautas para lá da atmosfera, sobre a nova fuselagem do Soyuz-TMA e sobre a mais recente explosão estelar que a humanidade poderá ver a olho nu daqui a oito mil anos (se ainda por cá estivermos). Porém, são escassos, para não dizer nulos, os artigos sobre o amor no espaço. Não que me apeteça ler algo que seja um cruzamento da

Penthouse

com a

Quero Saber

, mas, visto que o turismo espacial irá, um dia, fazer parte das nossas vidas, tenho interesse em saber como agradar à minha miúda a milhares de quilómetros do chão terrestre.

Claro que, para que tal artigo possa ser redigido, primeiro têm de haver estudos práticos sobre a matéria — e considerando que a larga maioria dos astronautas que, de momento, orbita a Terra escondidos entre satélites obsoletos, são homens, um tal estudo não será realizado tão brevemente quanto seria desejável. E não, ninguém tem interesse em ver uma reedição do

Brokeback Mountain

no espaço. Por isso, urge, primeiro do que tudo, enviar gajas para o espaço, ou ir pelo espaço à procura de gajas (eu quero acreditar que elas andam aí — alguém que telefone ao Fox Mulder). Mas deixemos de lado, para já, esta procura de alienígenas tesudas e deixemos também os romances espaciais, consignados àquela canção estupenda dos A.R. Kane.

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Como seria dar expressão máxima ao amor num território que é,

ipso facto

, um vazio absoluto? Presumo que, em primeiro lugar, a gravidade zero agisse como uma faca de dois gumes: não me parece que flutuar sem nexo seja muito confortável, ao contrário dos colchões de água, mas, por outro lado, permitiria novas posições que nem o tipo que escreveu o

Kama Sutra

alguma vez sonhou. Seria mais do que fazer amor: um verdadeiro espectáculo circense. Roam-se de inveja, chinesinhos contorcionistas.

E haveria, claro, a questão da pressão no espaço, que funciona mais ou menos como quando estamos debaixo de água: se aguentarmos a respiração no vácuo, a pressão subsequente irá fazer com que os nossos pulmões praticamente expludam numa mistela de carne e de sangue. E isto seria essencialmente uma machadada no pessoal que gosta de aguentar o máximo possível, tipo os

hippies

que se entregam ao sexo tântrico: imaginem o que sucederia se sustessem o orgasmo durante muito tempo… Pois. Não seria bonito de se ver. Para a miúda com quem estivessem, ainda menos — ter algo a explodir dentro dela não é a mesma coisa que pomponear um ovo. A maltinha que prefere BBW’s também deveria pensar duas vezes antes de se mandar para uma noite cósmica: meus, um objecto com maior massa tem uma maior força gravitacional — e vocês não querem mesmo levar com um asteróide na cabeça enquanto pinam.

Colocando de lado todas estas questões que se prendem mais com a física (e eu fui um verdadeiro atrasado mental a física no sétimo/nono ano), a ideia de poder ter sexo no espaço aguça-me a imaginação. A NASA que comece a tomar sérias medidas no que a esta matéria diz respeito: toca a formar o maior número possível de astronautas mulheres. Não só porque nos faria evoluir enquanto humanidade, mas porque daria um óptimo filme porno e até permitiria que a cena entrasse no Guiness — a maior orgia sideral de sempre. E não há como não esquecer, até porque estamos em tempo de crise, a questão do empreendedorismo — deter um harém turístico no espaço parece-me um negócio fantástico.

Aqui fica a Jane Fonda a fazer um strip em gravidade zero:

GIFs por Jorge Soares