Foto por Panagiotis Maidis para a VICE Grécia.
Este artigo foi originalmente publicado na VICE Grécia.É provável que tenhas passado a Páscoa com a tua família, com muito chocolate, ovos de todas as formas e feitios, folares, cabrito, enfim, tudo o que toca. Podes até ter assistido a uma missa calminha, ou àquela procissão mais ou menos creepy. Para muitas pessoas na Grécia, no entanto, o fim-de-semana de Páscoa significa sacar os fogos de artifício e os petardos caseiros do armário e quase pegar fogo à aldeia em nome da tradição.De acordo com as autoridades gregas, nos últimos 15 anos, 11 pessoas morreram no país devido a incidentes com fogo de artifício utilizados em celebrações pascais, 58 sofreram mutilações graves e 46 outro tipo de ferimentos. Quase metade dos feridos eram pessoas que estavam simplesmente a assistir. Ainda assim, os números não impedem os gregos de passar estes dias a rebentar cenas.Para te lembrar o quão diferente foi o teu fim-de-semana, abaixo podes ver um resumo das tradições de fogos mais perigosas da Grécia.Não há Sábado Santo na ilha de Quios sem fogo de artifício - com adultos e crianças a comprarem os seus próprios fogos, ou, claro, a fazerem-nos em casa. A guerra de foguetes é uma tradição anual que se celebra na localidade de Vrontado, entre duas paróquias rivais que vivem em colinas opostas.Depois de o padre anunciar a Ressurreição de Cristo, os habitantes lançam foguetes improvisados contra a torre sineira da igreja rival. Depois de uma onda de ferimentos, a cidade baniu a tradição durante uns anos, mas agora voltou, ainda que em menor escala. Continua a ser, no entanto, algo impressionante de ver.Os fogos em Samos – ilha grega muito próxima da Turquia - é bastante diferente, mas não menos impressionante. Milhares de cartuchos de artilharia cheios de pólvora são espalhados pela vila. No Domingo de Páscoa, os habitantes rebentam-nos. A tradição também é usada numa celebração anual que assinala a independência grega do Império Otomano em 1821.Na Páscoa, em Kalamata, uma cidade no sul da Grécia, os habitantes encenam o momento da Revolução em que os gregos enfrentaram o exército turco com explosivos caseiros que assustavam os cavalos. Na noite de Domingo de Páscoa, dois grupos de 12 homens de cada lado, com vestes tradicionais, revivem a batalha.Fazer os seus próprios explosivos é tido como uma actividade familiar divertida que começa logo por alturas do Natal e envolve crianças a partir dos seis anos de idade, que fazem os seus petardos mais pequenos e infantis.Todos os anos na ilha de Andros, os habitantes colocam tubos de aço cheios de pólvora no chão e rebentam.nos durante a procissão que evoca a Ressurreição de Cristo. Todavia, rebentar coisas junto a uma procissão com centenas de pessoas nem sempre corre bem. Nos últimos anos ocorreram vários incidentes que resultaram em pessoas feridas e incêndios.No sábado Santo, ao meio-dia, na praça central de Corfu, crentes e turistas assistem a um velho costume chamado "Botides", em que os habitantes decoram as suas varandas com flores vermelhas e atiram vasos pela janela. Muitos acreditam que este costume tem origem na Idade Média, quando os católicos de Veneza partiam os seus vasos na passagem de ano para dar as boas vindas ao novo ano. Outros crêem que tem a ver com um hábito medieval de representação do terramoto que terá ocorrido depois da crucificação de Jesus.
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A guerra de foguetes em Quios
Rebentar colinas em Samos
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Encenações da Revolução em Kalamata
Os petardos de tubos de aço de Andros
A Queima do Judas
Figuras de Judas são queimadas por toda a Grécia [tal como em Portugal] - o que muda é a forma como a tradição é levada a cabo. Em Chania, na ilha de Creta, a população constrói uma figura de madeira de Judas e arrasta-a pela cidade enquanto as pessoas lhe batem.Na Quinta-feira antes da Páscoa, na região de Trácia, são as crianças que fazem o Judas e o levam pela localidade ao mesmo tempo que pedem ramos de árvores às pessoas para depois o queimarem. Na Sexta-Feira Santa, a procissão de Cristo pára à porta de uma igreja onde é acendida uma fogueira para consumir o Judas. Algumas localidades queimam os seus Judasna praça principal e alguns são escolhidos para disparar tiros contra a figura.
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Os vasos partidos de Corfu
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