Depois, falei com Adam Powell, diretor sênior da Ogilvy PR. Ele nos mandou um e-mail detalhando um plano bastante abrangente:"Sem comentários" pode cair bastante mal e ser visto como uma aceitação tácita das alegações. Dada a natureza das alegações feitas contra o primeiro-ministro, é importante que sua equipe divulgue uma negação com palavras fortes. Eles também vão precisa estabelecer outras acusações que podem ser feitas dentro do livro; assim, estarão prontos para responder a isso também. Mas qualquer declaração tem de ser cuidadosamente pensada. Se acontecer de mesmo parte das alegações ter algum fundamento, uma negação forte pode levar a acusações de mentira e prolongar ainda mais a história.
Não houve uma negação absoluta desde o começo – em vez disso, uma descrição oblíqua de "não reconhecemos" foi usada, o que nunca é convincente.
O Partido Trabalhista e a mídia de esquerda vão usar o máximo possível de malícia para tentar minar Cameron e ganhar tempo para Jeremy Corby planejar seu jogo. Os próximos passos, que tenho certeza de que eles já tomaram, são, resumidamente: entender os riscos; preparar resposta; insistir em afirmações combinadas, e não dançar com outras possibilidades; blindar a história; e seguir em frente com a agenda da mídia.
Mais detalhadamente:
1) Alguém tem de falar com David Cameron e descobrir exatamente o que aconteceu e quanto de verdade há na história, se é que há alguma. Uma conversa desconfortável e difícil, mas necessária.
2) Criar um plano de resposta para os piores cenários possíveis, que podem incluir, se a história for verdade, [a possibilidade de] que existam fotos ou que outras pessoas as possam confirmar.
3) Enquanto isso, evitar responder perguntas a conta-gotas da mídia. Insistir em frases preparadas para designar o fechamento da história.
4) O tom é o mais importante de tudo. É preciso evitar parecer artificial, não ser arrogante ou ficar na defensiva.
5) Adotar a abordagem "negócios como sempre" e retratar Cameron sob a luz de primeiro-ministro. Encontrar tópicos, fotos cuidadosamente selecionadas e encontros para demostrar autoridade e liderança.
6) Retratar a história como algo muito abaixo na lista de prioridades. Também, se possível, questionar os motivos da "fonte anônima".
7) Pensar cuidadosamente em cada evento e nas fotos publicitárias, já que isso pode ser um tiro pela culatra e dar à mídia e às redes sociais a oportunidade de ridicularizar o primeiro-ministro ou reviver a história.
Isso vai ser jogado na cara de David Cameron pelo resto de sua carreira política, da mesma maneira que a foto do Bullingdon Club tem sido e sempre será. A chave é estar consciente dos riscos e planejar como fechar da melhor maneira o caso, e seguir em frente sem comprometer Cameron a curto ou longo prazo. Se fosse ele, eu estaria tentado seguir com a agenda para questões maiores sobre o futuro do país, não para eventos de 30 anos atrás.
Aí está: conselhos de um grupo de especialistas sobre o que você tem de fazer se um dia estiver na mesma posição de Cameron.@thedalstonyearsTradução: Marina SchnoorCameron não devia ter usado "não reconheço" como resposta. Está bem estabelecido que essa é uma contorção de relações públicas usada por alguém que não vai conseguir te olhar nos olhos e dizer que isso é um monte de mentiras.
A melhor estratégia seria dizer o mínimo possível. Deixar a mídia, os oponentes políticos e outros se divertirem. Isso vai passar. Talvez não em sete dias. Talvez em 70. A impressão que vai ficar é que Cameron eram bem selvagem quando estudante. Quer dizer, graças a Deus! Pensar que ele sempre foi esse tipo limpinho e perfeito seria muito deprimente. Muitos fizeram coisas selvagens, de mau gosto e estúpidas na universidade. Aí crescemos. Esperamos ser julgados pelo que somos, não pelo que éramos.