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Tecnologia

Livros: Noam Chomsky

As mudanças necessárias para inverter esse sempre adiado mundo melhor.

Occupy
Antígona
8/10 Desde os seus primeiros dias que o movimento Occupy contou com o apoio dos intelectuais críticos do sistema. Esse mesmo apoio pôde ser medido de muitas formas. Pelas sucessivas intervenções públicas, ou até através das presenças no Zuccotti Park, epicentro do protesto. Depois da inspiração inicial de Hessel, estas foram as intervenções que suportaram ideologicamente um movimento de dimensões atípicas e que se apresentava como “um leque abrangente de estratos sociais e diversas sensibilidades”. Chomsky foi, como habitual, um desses intelectuais (juntamente com Žižek, Cornel West, entre outros). Este não é um livro introdutório ao movimento Occupy, embora deixe claras as perspectivas que melhor reflectem a origem do protesto. Neste livro podemos encontrar as explicações de Chomsky sobre a tentativa de igualar os protestos na praça Tahir, a variedade de tendências e a difícil definição daquela massa que se autointitula representante de 99% da população. Os discursos aqui compilados, a partir de entrevistas e conferências, foram proferidos enquanto os protestos se desmultiplicavam pelos EUA e pela Europa. De alguma forma, estes discursos foram também impulsionadores de uma vontade colectiva, que Chomsky nunca teve pretensão de corrigir (e isso é especialmente visível no discurso da InterOccupy). Em Maio de 2012 (data em que Occupy foi originalmente editado nos EUA) já podíamos vislumbrar o insucesso de um movimento que, apesar de relevante, não deixou uma única bandeira e que foi considerado por muitos como uma oportunidade perdida. Sabemos hoje que o entusiasmo gerado pelos protestos foi claramente excessivo. E é precisamente por isso que Occupy é ainda mais importante na reflexão sobre as mudanças necessárias para inverter esse sempre adiado mundo melhor.