Nunca um varandim foi tão polémico como o que está instalado na praça do Toural. E como se a sua obra não fosse já de desagrado geral, vem a autora, Ana Jotta, e, enquanto tenta justificar o objecto, chama ao pessoal de cá de “guimaranenses”. Erro honesto? Decidam. A sério, acabei por passar mais tempo a pensar nisso do que se gostava do dito cujo ou não. Se os de Vila do Conde são vila condenses, os de Famalicão famalicenses, porque é que os de Guimarães não haveriam de ser “guimaranenses? Faz-me pôr em causa se não é a Ana Jotta que está correcta e todos os “guimaranenses” errados.
A pergunta que anda na boca do povo é: “Mas afinal para que raios é que aquilo serve?”. Os vimaranenses “guimaranenses” são muito pragmáticos, por isso a VICE foi p'ra rua rua perceber qual a finalidade daqueles 60 metros de metal dourado.
Jorge Castelar, 40 anos (advogado)
Jorge: O varandim serve para quando uma pessoa vem com os copos, apoiar-se naquilo e vomitar para o outro lado. Esteve claro desde o início.
[Estando a cervejaria Martins ali ao lado, até é capaz de dar jeito.]
Toni Vieira, 50 (consultor de comunicação)
Toni: Vejo duas óptimas finalidades para aquilo: ou servir de muro das lamentações ou pegar em certas pessoas e amarrá-las àquilo, por fazerem coisas feias."
Ana Caldas Araújo, 29 (performer)
Ana: Acho que é um óptimo objecto para se fazer uma dança erótica na horizontal.
Helena Leite, 34 (engenheira agrícola)
Helena: Para prender bicicletas. Em Guimarães andávamos a precisar de uma estrutura para isso.
Andreia Telmo, 30 (arquitecta)
Andreia: Percebi a ideia da artista, mas a praça estava perfeita antes daquilo. Não lhe dava nenhuma utilidade, mas estou a achar piada os aloquetes.
[Será que os aloquetes são das bicicletas da Helena Leite?]
Jorge Bento, 18 (estudante)
Jorge: "Parece-me que seria bom para fazer umas manobras de skate!"
[Depois de vomitar, após uma noite de copos.]
Tanta crítica e afinal é bem mais útil do que se pensava.