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Mulheres e negros são as principais vítimas de homicídios contra pessoas trans no Brasil

No país que mais mata trans no mundo, 95% das vítimas em 2017 eram mulheres trans e travestis; 42% eram pessoas negras.
Imagem da bandeira trans.

Atenção: este texto pode conter gatilhos para algumas pessoas.

Um relatório publicado pelo Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE) na última terça (16) traz novos dados sobre a violência contra pessoas transgênero no Brasil: em 2017, foram registrados 185 casos de assassinatos, sendo que 95% das vítimas eram mulheres trans e travestis. De acordo com o levantamento, 144 mortes foram registradas em 2016.

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Nominado A carne mais barata do mercado, o dossiê aponta que a maior parte dos crimes aconteceu em via pública e a principal causa mortis foi por tiros. Em segundo e terceiro lugar estão facadas e espancamento, respectivamente. Nesses 185 casos de homicídios, 42% das vítimas eram negras e apenas 17% dos criminosos foram investigados e/ ou presos.

O Brasil continua sendo, em números absolutos, o país que mais mata pessoas trans no mundo

O projeto independente de pesquisa, monitoramento e levantamento de dados foi elaborado pela geógrafa e especialista em educação inclusiva Sayonara Nogueira e pelo pedagogo Euclides Cabral.

“O que os dados revelam é que a violência no Brasil apresenta um claro recorte de raça, gênero, identidade de gênero e classe, tratando-se, portanto, de um problema estrutural”, pontuou o texto que apresenta o estudo.

De acordo com a ONG Transgender Europe, o Brasil continua sendo, em números absolutos, o país que mais mata pessoas trans no mundo. Um relatório publicado pela organização mostra que, entre 1º de outubro de 2016 e 30 de setembro de 2017, houve 2.609 homicídios de pessoas trans e gênero-diversas. A maioria dos assassinatos ocorreram no Brasil (171 deles), no México (56) e nos Estados Unidos (25).

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