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Música

Jay Z e Beyoncé Apresentam uma Desconstrução Surrealista da Experiência Americana, um Trailer Chamado “Run”, com Jake Gyllenhaal

Embarque nessa jornada subconsciente que passa pelas profundezas do imaginário glamuroso da riqueza americana.

“Quando a merda fica maior que o gato, livre-se do gato” é o ditado que Jay Z entoa para o bartender Sean Penn, deixando claro que ele também não sabia de onde o provérbio havia saído, na primeira vez que o ouviu. É com base nisso que se monta o cenário inóspito em que eles estão inseridos, no trailer de Run, um experimento artístico criado pelo enclave Carter-Knowles não apenas para promover a sua próxima turnê, mas também para explorar as dimensões mais profundas da psique americana.

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Quando você começa com este tipo de frase, é melhor ter algo grande em que se basear. No caso de Run, a grandeza está no elenco que inclui, além de Penn, Don Cheadle, Jake Gyllenhaal, Blake Lively, Emmy Rossum, Rashida e Kadida Jones, e Guillermo Díaz.

O que segue é uma fuga surrealista dentro das fantasias gangsters do folklore dos EUA e do imaginário da cultura pop:

Beyoncé atira contra nossos miolos, assinando com uma deixa hipnótica que nos transporta ao mundo imaginado pela Carter-Knowles. Neste mundo, a lei está morta, Jay e Bey estão caindo na estrada, e o pano de fundo é um cenário tipicamente americano que alerta os perigos da consciência e do imposto de renda. Quando mergulhamos neste sonho, tudo pode acontecer…

Por exemplo, energia eólica. Prolongando-se ao limite da consciência está o majestoso poder dos moinhos de vento, que também se estende até o horizonte por trás de Jay Z. O enredo de “Run” poderia ser o casal Jay e Bey escapando para investir na indústria eólica do sudeste dos Estados Unidos, como fizeram antes deles vários barões da energia, ou poderia ser que, como moinhos de vento, eles simplesmente captam os caprichos do vento que os mantém no ritmo em que vivem.

Mas a história é que Jay e Bey estão roubando um banco. Mas não qualquer banco clássico, e sim uma dica de que eles estavam apunhalando o poder arraigado das estruturas dos EUA, um país encrustado pela ganância e amaldiçoado por uma mentalidade de que seu passado (e seu futuro) são um playground para barões ladrões e gerentes de fundos de hedge saqueadores. Será que os EUA um dia vai se libertar deste legado, ou vai continuar a abraçar o capitalismo que continuará a fodê-la? Será que o Jay e a Bey estão sendo cúmplices com seus altos preços de ingressos? Seria isso uma reencenação dramática do casal adentrando as sedes da Beats Music e anunciando que o Dr. Dre não estará mais prestes a ser o cara mais rico do hip hop sem a ajuda deles? E qual o significado do dinheiro ultimamente? Vamos nos aprofundar nesta jornada, pelo menos um pouquinho, até o porão do subconsciente americano.

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Jake Gyllenhaal chama um elevador. Aonde ele está indo? O que ele está fazendo? Por que ele parece tão satisfeito? Existem muitas questões que temos que fazer pra nós mesmos enquanto percorremos o labirinto da experiência americana. Jake Gyllenhaal chama um elevador, embasbacado com sua feição triunfante:

Um homem. Um plano. Um Gyllenhaal no elevador. Mas como qualquer sonho, este trailer é a coleção definitiva de pistas falsas, porque na verdade ele segue em uma única direção:

Aqui está a Beyoncé numa piscina, com uma chuva de dinheiro em cima dela. A partir de agora, vamos acordar suando frio a noite com essa imagem na cabeça, ansiando o inalcançável, chorando por nossas próprias imperfeições. Essa tomada é literalmente o pináculo da civilização americana. A iconografia de uma nação foi redefinida.

OffWhite #Streetwear #Swag #Paris #JayZStreetwearGame #Been #Trill

Off:

White:

Moda urbana à parte, veja onde pousamos quando nos vemos livres das convenções das montagens de filmes de ação: nas calmas paisagens da consciência de Carter-Knowles. Como o mundo a nossa volta, esse trailer é uma apresentação de imperfeições e conflitos, mas, no meio disso, é pura tranquilidade:

Os EUA são um lindo lugar. Mas nem o Jake Gyllenhaal sabe onde vai dar.

Kyle Kramer realmente acha que a os EUA são lindos. Ele está no Twitter - @kylekramer