O modo história de 'Marvel vs. Capcom Infinite' até que não é ruim

Depois de jogar cerca de uma hora do modo "estória" (como chamam no menu) de Marvel vs. Capcom Infinite em uma prévia, o maior elogio que posso dar é que ele não é ruim. Eu estava esperando uma bomba nessa parte do game, ainda mais depois do que rolou no esquecível modo história de Street Fighter V.

A Capcom não poderia dar uma mancada dessas de novo. Então, ela aproveitou a presença do Homem de Ferro, Capitão América, Homem Aranha e outros personagens da Marvel para criar, junto com alguns escritores da própria editora, uma aventura com cara de típica história em quadrinhos de super heróis.

Para ter um contexto da treta que rola na história: Ultron (d' Os Vingadores) fica tão brother do Sigma (de Mega Man X) que eles se fundem em uma única entidade e agora querem transformar todos os seres vivos em máquinas. Para deter os robôs malucos, os heróis da Marvel e da Capcom pedem ajuda do Thanos para descobrir onde estão as joias do infinito. Só que Ultron Sigma já possui duas delas (Realidade e Espaço) e aí vira uma corrida para ver quem acha primeiro as demais.

O modo se desenrola igualzinho como está na demo liberada há alguns meses: umas cenas cinematográficas intercalando com momentos de luta, sempre com uma dupla pré-selecionada de um boneco da Marvel e outro da Capcom para controlar. Sim, aquela demo é bem ruim, cheia de diálogos rasos, e a má notícia é que ela é exatamente o começo do modo história, mas acredite: ela melhora (um pouco).

O nível dos diálogos melhora? Não muito. Tem desculpa esfarrapada para ter uma luta entre Capitão América e Homem de Ferro e criar um clima meio Guerra Civil? Claro que tem. Só que há também outros momentos bem legais em que o jogo foge um pouco da mecânica de luta 2 vs. 2, como quando controlamos o Hulk para derrotar uma série de robôs do Ultron Sigma antes dos portões de "Valkanda" serem destruídos por um monstrão de Monster Hunter.

Também há lutas contra chefes, em que são usadas as joias do Infinito, uma das novidades do game. Elas alteram os aspectos da luta, deixando sempre o jogador em desvantagem. O embate contra o Nemesis de Resident Evil 3, por exemplo, é bem tenso.

Por falar nisso, a mistura meio que literal dos universos da Marvel e os jogos da Capcom é a ideia mais da hora e que dá mais certo aqui. Por exemplo, a nação de Wakanda, do Pantera Negra, se funde com Val Habar, a vila de Monster Hunter 4, e forma Valkanda. No cenário, é possível ver elementos dos dois lados e eles fazem sentido juntos.

Em outra parte da história é preciso invadir as instalações da A.I.M.B.R.E.L.L.A, a união da organização A.I.M da Marvel e a icônica Umbrella de Resident Evil. Os inimigos também deixam de ser os robôs e passam a ser as bioweapons que tanto enfrentamos nos jogos da Capcom, só que agora eles são resultados de experimentos dos vilões M.O.D.O.K e Jedah, de Darkstalkers.

A Capcom promete um modo história de duas até três horas de duração. Pela primeira hora demonstrada, a surpresa foi me pegar interessado nela mais do que acharia e querendo ver como eles misturam mais os dois universos. Eu quase nem senti falta da presença dos X-Men, uma das razões pelos fãs estarem meio de birra com o game, já que mutantes como Wolverine e Magneto eram obrigatórios nos Marvel vs. Capcom anteriores.

Para quem também ficou com o pé atrás por causa da qualidade do visual nos trailers divulgados, o jogo vai receber uma atualização no lançamento que melhora muito as animações e expressões dos personagens. Pelo menos no teste eles estavam razoáveis o suficiente para eu não me incomodar.

O modo história de Marvel vs. Capcom Infinite é uma HQ de super-heróis em forma de jogo. Não é uma super saga, como Guerra Civil, ou uma graphic novel top, como Marvels. Ela está mais para aquelas edições que estão na banca todos os meses, bom o suficiente para te entreter por algumas horas, mas não mais que isso.

Marvel vs. Capcom Infinite será lançado em 19 de setembro para PS4, Xbox One e PC.

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