Um Passeio Visual por um Limbo Nuclear
Crédito: Snyder/USAF​

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Um Passeio Visual por um Limbo Nuclear

É de se surpreender que as Forças Aéreas dos EUA mantenham um animado registro no Flickr de sua instalações nucleares em Wyoming.

Eu nasci em 1980, quando a sombra de uma guerra nuclear pairava sobre o mundo como o fantasma errante de alguém que ainda não morreu, apenas esperando o inevitável.

Não estou dizendo que tenho extensas lembranças dos anos da Guerra Fria; a maior parte das minhas memórias envolvem placas de abrigos anti-atômicos em escadarias e porões. Nós tínhamos muitos treinamentos de tornados no ensino fundamental; neles, a gente marchava até esses porões. É bem provável que a maioria de nós tenha desenvolvido alguma intuição razoável sobre a relação entre ataques radioativos e perigo mortal.

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Mas o medo se dissipou, ou pelo menos parte dele. A Rússia era a Rússia, o que era bem estranho, assim como a ideia de um golpe militar — e o Gorbachev não era nosso amigo agora? O mundo deveria estar em paz, mas atrás das portas, ninguém agia como se isso fosse verdade. Mais países construíram usinas nucleares e, apesar de um certo esforço para o desarmamento, ainda existem 16.000 ogivas nucleares espalhadas pelo mundo. O Estados Unidos, sozinho, possuia 5.113 ogivas em 2012.

É de se surpreender que as Forças Aéreas dos EUA mantenham um animado registro no Flickr de sua instalações nucleares em Wyoming. Considerando que a possibilidade mais plausível para um apocalipse nuclear é um acidente, esses soldados e especialistas seríssimos nos trazem um certo alívio, mas ao mesmo tempo eles parecem humanos demais. Que vida estranha, a deles.

Incluí as legendas oficiais porque algumas delas são bem interessantes. Também descartei as fotos mais voltadas à propaganda, como algumas imagens de soldados posando com mísseis balísticos intercontinetais, porque elas não nos interessavam.

Crédito: Staff Sgt. Jonathan Snyder/USAF

Técnicos de mísseis do Esquadrão de Manutenção de Mísseis 341 transportam um novo sistema de reentrada que será instalado na base de lançamento de Mísseis Balísticos Intercontinentais enquanto um Huey UH-1N do 40º Esquadrão de Helicópteros fornece a segurança necessária para o grupo próximo à Base Aérea de Malmstrom, Montana, 7 de fevereiro, 2014. A 341ª MMS checa o lançamento imediato de 150 mísseis Minuteman III e de 15 instalações de detecção de mísseis espalhadas pelo complexo de 13.800 milhas quadradas.

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Crédito: Snyder/USAF

Fuzileiros da 90ª Força de Resposta Tática do Grupo de Segurança conduzem um exercício de retomada de base de lançamento no F.E. Base da Força Aérea Warren, Wyoming, 18 de fevereiro, 2014.

Crédito: Snyder/USAF

O Sargento David Lewis, chefe do time de armas B-2 do 509º Esquadrão de Manutenção, acopla uma Unidade Explosiva 31 e munição Mark 84 a um jato Spirit B-2 durante a manutenção mensal obrigatória da Base Aérea Whiteman, Montana, 21 de fevereiro, 2014.

Crédito: Snyder/USAF

O Sargento Martin Howard, oficial não-comissionado encarregado do 620º Esquadrão de Treinamento de Solo, dispara um rifle M107 semi-automático em Camp Guernsey, Wyoming, 16 de fevereiro, 2014.

Crédito: Snyder/USAF

O Sargento Scott Shirley, o Oficial Sênior James Marcum e o Soldado de 1ª Classe Justin Frawley, membros da 90ª Força de Resposta Tática do Grupo de Segurança, detonam uma granada de luz e som em um túnel de acesso exclusivo enquanto se preparam para fazer um rapel durante um exercício de retomada de base de lançamento no F.E. Base Aérea Warren, Wyoming, 18 de fevereiro, 2014.

Crédito: Snyder/USAF

Um jato T-38 Talon fly em formação com um B-2 Spirit da Carolina do Sul em uma missão de treinamento acima da Base Aérea Whiteman, Montana, 20 de fevereiro, 2014. O B-2 Spirit é um bombardeiro capaz de disparar munições convencionais e nucleares.

Crédito: Snyder/USAF

Soldados da Força Aérea e membros do Time de Manejo de Mísseis do 576º Esquadrão de Testes Aéreos instalam um compartimento para cabos em um Míssil Balístico Intercontinental na Base Aérea Vandenberg, Califórnia, Fevereiro. 3, 2014. O time de manejo de mísseis transposta e manuseia ICBMs e conduzem vistorias operacionais do pacote de auto-destruição dos mísseis Minuteman III.

Como eu mesmo já afirmei, a possibilidade de uma guerra nuclear é muito, muito mais alta do que o aceitável. Para os bebês que nascem hoje, ouso dizer que as possibilidades de se morrer de câncer e de morrer incinerado são praticamente as mesmas.

Tradução: Ananda Pieratti