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Música

O Boletim D'os Estudantes

Resolvi mandar umas perguntas e, claro, um boletim pros caras repassarem os 10 anos de glórias

Fiquei sabendo da banda pelo ETE, que mandou um email falando que eles saíram na capa da Maximum Rock N'Roll – isso, aquele zine, o maior sobre punk do mundo, milianos, e chato pra caralho. Mesmo assim fui escutar, vi uns vídeos e pensei: "porra, uma banda boa de hardcore do RIO?!". Embasbacado, resolvi mandar umas perguntas e, claro, um boletim pros caras repassarem os 10 anos de glórias, afinal de contas, eles são Os Estudantes (dãr). Nisso, aliás, eles foram reprovados, porque todo mundo deu nota para todo mundo em todas as disciplinas, então ficou meio uma bagunça. Nossa bela designer Renata Abelin deu um jeito aqui e tá lá no final (com uma promoção coagindo o Mozine).

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Vocês participaram do Auto Rock ano passado. Vocês fazem muito show em festival?
Vitão: Bom, começaram a nos chamar nestes últimos tempos. No geral são as boas roubadas de sempre. Tocamos na Verdurada de São Paulo, no Auto Rock de Campinas e no Cardápio Underground de Bragança. Seria legal se nos chamassem pra esses que rolam fora do nosso Sudeste aqui. Conhecer um pouco desse Brasil horroroso.
Dony: Tem que rolar mais festivais pra gente, tem muitos lugares e cidades bacanas que ainda não tocamos, como Nordeste, Sul, Centro-Oeste e etc.
Diogo: Esquemas de festival costumam trazer estruturas melhores. Também é legal mostrar o som pra pessoas que normalmente não iriam assistir ao show, mesmo que elas achem uma merda.

Li que no começo vocês lançavam só em vinil, e vendiam CD-Rs nos shows. Era o caminho mais fácil, por vender em shows pequenos, ou não tem nada a ver?
Vitão: Na verdade a gente lançou nosso segundo disco em vinil, porque nenhum vagabundo teve visão do negócio. Acabou que tivemos que pagar com nosso bolso e a Läjä distribuiu. Fizemos só 100 e se esgotaram num segundo. Depois relançaram em CD. Mas a gente nunca vendeu CD-R não.Vender CD-R é muita muquiranagem. Deixa logo pra juventude baixar pela internet logo…
Diogo: O vinil é mais charmoso e vende muito mais, até pra quem não tem vitrola. O esquema do EP novo foi bacana, o gringo vende lá fora e nos deu umas cópias pra vendermos por aqui, justo.

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Então vocês soltaram discos pela Läjä, Todo Destruído e um selo do Japão? O que mais?
Vitão: Bom a discografia é a seguinte:
CD Split com Evil Idols (Läjä)
LP 12" Álbum (Navena / Läjä)
CD Álbum (Läjä / Karasu Killer / Pisces)
EP 7" Perdão (Todo Destruido)
CD Conspiração Coração ao Contrário (Läjä / Oxenti/ Punchdrunk/ Edr/ Xaninho/ Rock Mutante)

Pra entender os selos é o seguinte: Läjä é do Mozine. A Navena era um selo/loja que eu tinha. A Karasu Killer distribui no Japão (se não me engano). A Todo Destruido é do Texas, EUA. Estas do último CD são várias gravadoras do Brasil e Argentina.

Manfrini: Estamos vendo se conseguimos algum selo gringo pra prensar novamente o LP "Álbum". Seria legal também fazer em vinil o "Conspiração Coração ao Contrário", todas as cinco bandas são muito legais, e, convenhamos, vinil é muito mais legal!
Diogo: Atirando pra tudo que é lado.

Quando vocês fizeram a banda nova a partir do Claro Que Não, trocaram de instrumentos, certo? E hoje o som tem a ver com hardcore punk gringo e nacional também. Foi pra dar uma mudada na música ou foi circunstância esse troca-troca?
Vitão: Eu, que tocava baixo, fui pro vocal. O CQN não é assim tão diferente dos Estudantes. Acho que a diferença maior é que a gente não tem tanta influência do FYP. No CQN a gente não tinha letras tão pessimistas…
Manfrini: Como o Vitão falou, o CQN não era tão diferente dos Estudantes. Acho que o CQN era mais espontâneo… Às vezes mais porrada, outras mais melódico… Naquela época éramos muito mais jovens, o pessoal mal conseguia tocar os instrumentos, e eu nunca tinha ouvido falar em tom, tempo… Tudo era muito intuitivo. A gente fazia o que conseguia… E se matava em todas as apresentações ao vivo! Era um caos, mas muito intenso e divertido.
Dony: Bem, eu entrei no final de 2008.
Diogo: Eu entrei depois, acho que foi em 2001. Saí tocando tudo do meu jeito e deu nisso.

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Esse HC 80 cruzão é demais, mas hoje em dia tem um pique colecionador também. Algum de vocês é um colecionador desses chatinhos?
Vitão: Eu não coleciono discos, apenas compro disco de banda que eu gosto. NUNCA compraria o mesmo disco apenas pelo fato de ser de uma tiragem diferente, ou com encarte de outra cor… Eu tenho uns 600 ou 700 CDs, acho que uns 50 LPs e Eps. Nunca parei pra contar. Tenho mais o que fazer…
Manfrini: Eu, hoje em dia, praticamente só compro vinil. Mas de forma alguma sou um colecionador, compro as bandas que eu gosto. Sou muito desorganizado pra colecionar qualquer coisa. Nunca consegui completar nenhum álbum de figurinha.
Dony: Eu só coleciono fitinhas, devo ter mais de 100… Uma pena que a maioria dos aparelhos de som de hoje nem tem toca fitas, é difícil até achar lugar que venda fita virgem. Já vinil, não tenho nenhum, nem d'Os Estudantes.
Diogo: Eu tenho alguns poucos LPs de quando era moleque, perdi muitos em várias mudanças. Como eu morava em cidade pequena na época, era difícil conseguir discos do estilo, mas já tive muitas fitas gravadas que foram destruídas com o tempo. A maioria dos meus CDs alguém roubou em alguma festa, só restaram as capas. Hoje em dia meus mp3s estão em um aparelho vagabundo, tudo na mesma pasta.

Quem é a diretoria n'Os Estudantes?
Vitão: Bom, acho que somos uma diretoria bem democrática. Dentro do possível, lógico… Mas a gente nunca foi idiota o bastante pra colocar estudantes rebeldes aqui, que poderiam sabotar a instituição. Somos todos sabotadores com as mesmas más intenções.
Manfrini: Até que como membros fundadores, eu e o Vitão somos bem democráticos. E quando precisamos exercer o nosso poder, o fazemos com legitimidade. Somos líderes carismáticos…
Dony: Jesus Cristo, sempre!
Diogo: Eu sento lá no fundão, já viu, né?

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E a coordenadoria pedagógica?
Vitão: Sou eu? Com certeza eu gostaria de ter uns funcionários pra poder fazer coisas chatas como ir ao correio.
Manfrini: Nossas referências intelectuais são boas…
Diogo: Eu tento fazer todos tocarem no mesmo tempo que eu ah ah.

Vocês ainda são do gin? Têm drinques de gin preferidos?
Vitão: Eu gosto de gin. Apesar de preferir uma cerva. Mas gin não tem muito o que inventar… É água tônica, gelo, gin e limão. Pronto.
Manfrini: Eu gosto de gin também, mas a cervejinha tem caído melhor ultimamente.
Dony: Gin é coisa de maluco leite com pêra, a parada é fumar crack embaixo da ponte, depois fazer cocô e limpar a bunda com a mão.
Diogo: Eu prefiro o Jack, mas tento regular atualmente para viver mais alguns anos, outro voto pra cerva. O Dony gosta é de um café!

Miguxada, quem tiver saco pra imprimir esse boletim, calcular as médias, scannear e mandar pra gente por e-mail (clica nele pra ver maior), vai ganhar um presentinho especial da Läjä Records. É, Mozine, você foi escalado.

Fotos: Divulgação.