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Vice Blog

Esta miúda está a ponto conseguir tatuar os 151 Pokémons originais

Começou o projecto em Agosto de 2014 e está praticamente completo.

Alicia Thomas e o seu patrão. Todas as fotografias são cortesia de Thomas.

Há verdades indiscutíveis: os freaks triunfam na vida e os freaks tatuados, então nem se fala. No outro dia, enquanto navegava pelo Instagram de uma amiga escritora, a Casey, a minha escala de horny passou de 7 a 10, quando vi que tinha tatuado um Golbat. Quis saber mais. Seria ela a miúda dos meus sonhos ou tratava-se de uma intervenção divina? Alicia Thomas é uma tatuadora que trabalha para a Boston Tattoo Company, em Massachusetts, e embarcou na missão de "apanhá-los todos", que é o mesmo que dizer: tatuar os 151 Pokémons originais. Começou o projecto em Agosto de 2014 e está praticamente completo. Contactei Thomas depois de terminar mais uma sessão, para saber por que é que aquele projecto tinha tanto êxito. E se algum de vocês quiser falar com ela a tempo de tatuar um dos poucos Pokémons que faltam, é dar-lhe gás. Se o fizeres, depois podes procurar alguém que tenha tatuado uma evolução da tua criatura no bíceps, durante o Poke Ball que Thomas quer organizar para festejar com os 151 sortudos.

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Como começaste no mundo das tatuagens?

Estive alguns anos na escola de Belas Artes, onde aprendi a fazer gravuras. Apercebi-me de que é uma área com pouca saída, tal como a fotografia de cinema, por isso candidatei-me como recepcionista num estúdio de tatuagens, e fui escolhida. Alguns meses depois ofereceram-me a possibilidade de ser aprendiz.

Fala-me do início da tua história com os Pokémons.

Foram uma parte importante da minha infância, talvez o elemento pelo qual ainda hoje tenho uma fixação. De vez em quando entro nalguns jogos de cartas, jogos de computador e coisas assim. Quando saía da escola às 14:15, ia a correr para casa só para jogar. É uma vida inteira.

Como começou este projecto? Tem um nome oficial?

Eu chamo-o "Ajuda-me a apanhá-los todos", ou algo assim. Começou enquanto tatuava uma das minhas clientes habituais. Tínhamos mais ou menos a mesma idade e estávamos a falar da nossa infância. Éramos as duas bastante freaks. Falámos sobre o facto de termos crescido a ver o Pokémon e na brincadeira dissemos que seria fixe tatuá-los a todos. Desatámos a rir, olhámos uma para a outra e imediatamente percebemos que aquela ideia não era tão descabida. Gosto de traçar metas, por isso pensei que seria divertido iniciar este projecto. De vez em quando via malta com uma ou outra tatuagem de algum Pokémon, mas não conheci ninguém que quisesse tatuá-los todos. Já fiz umas 125-130 tatuagens de Pokémons dos 150 que existem.

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Uma das obras primas de Thomas.

Como é que espalhaste a mensagem?

A verdade é que só agora estou a fazê-lo. Alguns amigos meus quiseram tatuar Pokémons e o resto foi acontecendo. Não me esforcei muito. Agora comecei a publicá-los nas redes sociais, para lembrar a malta de que estou metida neste projecto, mas a maior parte dos 125 aconteceu graças ao passa-palavra.

Quais são os que ainda te faltam?

Os Pokémons de luta, muitos dos Pokémons tipo bicho. Mas ainda me faltam alguns dos bons, tipo o Jolteon ou o Moltres.

E quais foram os primeiros que fizeste?

Pikachu é o que mais me pedem; Balbasaur é o segundo mais popular. Acho que os primeiros foram o Scyther, Bulbasaur e o Haunter.

E tu, tens alguma tatuagem de um Pokémon?

Não. Quero esperar que acabe o projecto e depois farei o meu preferido, o Bulbasaur. Também gostaria de organizar um Poke Ball para celebrar o fim do projecto. Mas não tatuarei nenhum deles até que isto termine. É um amigo meu que me vai tatuar, um artista que vive na Califórnia, e que também adora o Bulbasaur.

Qual é a tua história favorita, das pessoas que vieram tatuar os Pokémons?

Organizava-os por grupos. Reservava um dia inteiro e vinham sete ou oito fazer a tatuagem. Lembravam-se sua infância, e partilhavam a adoração que tinham em comum. Penso que a melhor história é a dos irmãos e a mãe que vieram cá fazer o Charmander, o Charmeleon e o Charizard. A mãe fez o bebé e os dois irmãos tatuaram o Charmeleon e o Charizard. Ela não gostava de Pokémons, mas quis colaborar com o projecto. E mesmo que não soubesse nada sobre a série, gostava que os filhos coleccionassem e trocassem cartas e jogassem entre eles. Essa foi a história mais bonita de todas.

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Vieram muitas pessoas fazer Pokémons que combinam entre si. Um casal fez o Rattata e o Raticat, logo no princípio. Eu perguntei-lhes: "Quem é que quer tatuar ratazanas?", e disseram-me que adoravam ratos e ratazanas, era o seu animal favorito. Pareciam-me um casal feliz.

Ouvi dizer que queres organizar uma festa quando terminares o projecto e depois de os teres "apanhado a todos".

Para além de fazer também eu uma tatuagem, gostaria de fazer uma festa. Quero entrar em contacto com todas as pessoas a quem tatuei o Pokémon e convidá-las para um evento onde possam conhecer-se e ver as evoluções dos seus Pokémons tatuados noutras pessoas. Também gostava de tirar uma fotografia de grupo. Seria incrível.

Achas que a malta vai gostar de ver a evolução dos seus Pokémons tatuada noutras pessoas?

Acho que sim. Costumo falar sobre o "espírito Pokémon", porque antes de tatuar alguém conversamos sempre um pouco. Passo, normalmente, duas horas com cada pessoa. Sempre que acabo uma tatuagem, digo ao cliente, "Este é, sem dúvida, o Pokémon que tinhas que fazer". Por isso penso que não haverá qualquer problema com as suas evoluções e originais. Pelo menos terão algo em comum.

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