A ex-procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, que diz ter provas implicando pessoas do alto escalão do governo do país em corrupção, chegou ao Brasil na noite de terça-feira, enquanto o presidente venezuelano Nicolás Maduro lançava uma campanha internacional para prendê-la.Ex-aliada de Maduro, Ortega disse na terça que "o comando da lei morreu" sob a liderança dele, e que seu regime deve ser responsabilizado se as ameaças de morte que ela diz ter recebido forem cumpridas.Desde sexta, Ortega e seu marido passaram por Aruba, Colômbia e Panamá numa escapada dramática do caos na Venezuela, onde meses de protestos violentos contra o governo já mataram mais de 100 pessoas."Tenho provas ligando Maduro a casos de corrupção com a Odebrecht", Ortega disse à impressa numa entrevista coletiva em Brasília, se referindo à construtora brasileira que atua na Venezuela.Ortega foi demitida no começo de agosto acusada de cometer "atos imorais" pela nova assembleia do país, que é dominada pelos aliados do presidente. Maduro anunciou na terça que vai tentar emitir um mandado de prisão internacional para Ortega e o marido, o legislador de esquerda German Ferrer, dizendo que eles estão envolvidos em crimes sérios e acusando Ortega de ser um fantoche dos EUA."Ela queria se esconder atrás da máscara de esquerdista e [socialista]", Maduro disse. "Mas há algum tempo a ex-procuradora vem trabalhando com os EUA para prejudicar a Venezuela."A crise política na Venezuela vem acompanhada por um colapso econômico, que fez o país procurar empréstimo e crédito da Rússia em troca de acesso ao petróleo venezuelano. Maduro anunciou na terça que pretende viajar para a Rússia e se encontrar com o presidente Vladimir Putin para discutir questões de energia, defesa e alimentos.– Greg WaltersSiga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.
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