Como é a vida de um verdadeiro foodie?

Meus Deus, sou tão foodie. Desde que me lembro, adoro meter coisas na boca, mastigar, engolir e digerir tudo o que seja comestível. Só de pensar nisso começo logo a salivar.

Dá uma vista de olhos no meu blogue se não acreditas. É lá que documento a minha extraordinária experiência enquanto foodie, e onde podes encontrar fotografias de todo o tipo de comidas que entram na minha boca.

Por vezes, as pessoas dizem-me que não conseguem decifrar o que estão a ver. Bem, eu digo-vos para onde estar a olhar - para as diferentes fases do meu corpo a metabolizar as substâncias em nutrientes, é para isso que estão a olhar.

Ser foodie implica saber como colocar a comida dentro da boca. Um não-foodie provavelmente responderia: "Dah! Com um garfo!" e o assunto ficaria resolvido. Não me interpretem mal. Eu uso talheres. Mas por vezes também decido utilizar uma colher, dependendo de quão líquida é a comida, ou pauzinhos se for muita asiática, ou até as mãos, no caso de ser "mais fácil".

Tento não ser um daqueles foodies que julga os outros por não saberem as coisas que eles sabem, mas quando vejo alguém a comer uma sandes com uma colher de sopa, é difícil conter-me.

Houve quem me acusasse de ter caído na cena hipster do Foodie. Do tipo, "Nunca te ouvi falar em guardanapos quando estes ainda não entravam na cena foodie". Ok, admito que sou um bocado influenciado pelo hype. Sou humano. Mas para ser franco, os guardanapos têm sido super importantes na minha carreira de foodie , só não senti necessidade de me gabar em relação a isso.

Os foodie impostores ultimamente têm dado nas vistas por fazerem grande alarido sobre as nuances da comida e de como conseguem dizer se o que estão a comer é doce ou salgado ou até mesmo se é frio ou quente. Mas dá logo para perceber que é só treta. Crocante? A sério? Deixem-se de tretas, ok?

Sou consciente de que ser um foodie implica uma enorme responsabilidade para com os outros. Devo partilhar toda a minha sabedoria, eu sei. É por isso que me sinto na obrigação de escrever comentários na Internet sobre os restaurantes que visito. Aqui está uma crítica recente que escrevi sobre um restaurante daqui da zona: "Mmmmmm!".

Quando não escrevo sobre comida, uma das minhas cenas foodie favoritas é ir até à cooperativa de produtos agrícolas, num Sábado, e encher o meu saco de compras com o máximo de cenas-agrícolas-de-porcaria que conseguir, ir para casa e deitar tudo fora. Tudinho. Chamo a isso Apoiar e Libertar. Com o meu simples gesto, apenas pretendo demonstrar que a responsabilidade de um foodie é bem mais complexa do que simplesmente comer.

Afinal de contas, ser foodie é mais do que uma palavra no teu perfil de Facebook, mais do que a forma como pronuncias prosciutto. É também uma palavra no teu perfil do Twitter e a maneira como pronuncias Doritos.

Este artigo foi inicialmente publicado em Munchies.