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Cinco nomes do NOS Primavera Sound que não vamos perder

Este é um ano de cartaz de sonho para qualquer melómano.
Car Seat Headrest. Foto cortesia NOS Primavera Sound

Se em Barcelona a rapaziada precisou de se sentar e inspirar bem fundo para digerir a imensidão do cartaz do Primavera Sound, anunciado há coisa de duas semanas, por cá, pudemos tomar um pequeno-almoço abrilhantado com um brinde de Ucal (e café com cheirinho!), quando às nove da matina foi revelado o alinhamento do portuense NOS Primavera Sound.

Num ano de cartazes de sonho para qualquer melómano que se preze (mesmo que os melómanos ala dura tenham horror confesso a festivais) e já com alguns "headliners" da edição catalã integrados noutros eventos - Radiohead e Tame Impala num NOS Alive incrível e que promete não se ficar "só" pelos nomes já confirmados, que por si já fazem da décima edição do festival lisboeta um acontecimento imperdível, ou os LCD Soundsystem em Paredes de Coura - o quinto ano de Primavera no Porto, na sua muito bem-vinda dimensão mais reduzida, promete ser de estalo.

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E não estamos a esquecer-nos que Kurt Vile, os The National e Kendrick Lamar andam pelo Super Rock Super Bock, que nos Açores há um Tremor a escorrer coisas boas por todos os poros [estivemos lá] e que em Barcelos haverá Milhões de motivos para chorarmos de alegria. Mas esta táctica de meter cá para fora um cartaz todo de uma vez dá-nos a possibilidade de olhar para o quadro geral e fazer escolhas desde já.

Por isso, e para irem apontando e ouvindo o que ainda não ouviram, escolhemos cinco nomes que nos fizeram aplaudir de pé e fazer já a reserva do hostel (e, sim, sabemos bem que o Brian Wilson a tocar o "Pet Sounds" é momento único e que o regresso dos Animal Collective ou da PJ Harvey está a deixar muita gente inquieta, mas as escolhas são para ser feitas. Sem medos.

DESTROYER

Como Destroyer, Dan Bejar tem já uma série de discos incontornáveis. Mas com os últimos dois, "Kaputt", de 2011, e o mais recente "Poison Season", lançado em 2015, atingiu o patamar da eternidade. Nada mais, nada menos. Quem não o viu na intimidade do Musicbox, em Lisboa, em 2012 (nós sabemos que os que viram foram poucos e, sim estamos a gabar-nos!), tem aqui a oportunidade de saborear um bocadinho de céu.

FLOATING POINTS

No Thump, o nosso canal dedicado ao universo da música electrónica, os Floating Points têm sido alvo de um carinho muito especial. O primeiro álbum do projecto liderado pelo britânico Sam Sheperd, "Elaenia", lançado em 2015, estava na lista dos melhores do ano, e a actuação nas Thump Sessions, em formato banda completa, tal como vai acontecer no Porto, e que foi gravada no YouTube Space New York, acaba de ser divulgada na íntegra. Aproveitem a deixa e vejam isto.

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CAR SEAT HEADREST

Não falta por aí gente à espera de ver ao vivo e a cores "o novo génio do indie caseiro". Nós também gostamos de Will Toledo e das suas canções (das mil canções, que o rapaz é prolífico e além do álbum editado pela Matador em 2015, "Teens of Style", tem uma catrefada de outros lançamentos por conta própria no Bandcamp). Canções que enterra em camadas e mais camadas de feedback, sem perder a noção da melodia e da luminosidade pop.

JULIA HOLTER

Vem na altura certa, com o disco certo e, seguramente, com a rodagem de palco necessária para mostrar ao vivo "Have You In My Wilderness" na sua plenitude. Disco que se introduziu sorrateiramente em quase todas as listas de 2015, incluíndo a da Noisey, e em que a norte-americana transforma a estranheza das suas composições em viagens comoventes e intimistas, sem nunca perder o rumo pop.

TORTOISE

É assim, se é para trazer veteranos, que venham os melhores, os mais esquivos e os que por mais que baralhem e voltem a dar não percam a relevância. Os Tortoise são isso e muito mais. A pandilha de Chicago liderada por John McEntire está de volta com novo disco, "The Catrastophist", depois de sete anos de silêncio e o que nós queremos é vê-los em cima do palco a rebentar com tudo o que lhes apareça pela frente, a serem os músicos fabulosos que são e ao mesmo tempo a serem doces, ternos e esquisitos, como nesta música do disco novo, com Georgia Hubley, dos Yo La Tengo a cantar.