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Aquelas Boas Horinhas de Amor Próprio

Nada melhor que se masturbar um pouquinho pra relaxar, não é mesmo, pessoal?

… Ah! Nada melhor que se masturbar um pouquinho pra relaxar, não é mesmo, pessoal? O Woody Allen, que inclusive tem a maior pinta de punheteiro, já filosofou que tocar uma é a melhor forma de fazer sexo com quem você mais ama. E imagina só fazer isso e arranjar uma graninha pra caridade? É melhor que o Teleton e o Criança Esperança.

O Masturbate-a-thon é um evento anual promovido por um coletivo de empresas do ramo erótico. Até este ano, o recordista mundial em horas de masturbação era o japonês [Masanobu Sato](http://www.vice.com/pt_br/read/masanobu-sato-e-um-bicampeao-mundial-da-punheta ). Nosso amigo punheteiro ficou conhecido, virou até personagem de um programa de TV holandês, mas acabou superado este ano, depois que o ator pornô Sonny Nash entrou deslealmente na competição e passou 10 horas e 10 minutos descabelando o palhaço.

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Na entrevista que deu à VICE logo após quebrar o recorde, três anos atrás, Masanobu dizia que alguns amigos e parentes se orgulhavam dele pelo fato de ele ter o título de maior punheteiro do mundo. Por outro lado, ele disse que, embora não ligasse pra reputação, outras pessoas que o conheciam o achavam um nojento. Deve ser por isso que muita gente não curte dizer que adora bater umazinha, não é?

Perguntei pra meus amigos no Facebook e seguidores no Twitter se algum deles era viciado em bater uma ou se eles conheciam alguma pessoa que passasse horas brincando com seus próprios genitais. Depois de ler muitas gracinhas e bater um papo-cabeça sobre o assunto, recebi uma mensagem de uma pessoa que topou falar comigo sobre o assunto, mas preferiu não se identificar.

Marcos (nome fictício), é universitário e se considera viciado em masturbação. Ele tem como hábito bater uma no seu quarto, assistindo a filmes pornôs amadores. “Não curto muito essa onda profissional”, explica. Como está de férias da faculdade, ele diz passar de 8 a 9 horas por dia se masturbando. O que lhe deixa satisfeito não é nem gozar várias vezes, e sim ficar de pau duro por tanto tempo, sentindo prazer prolongado. Enquanto você está aí lendo este texto no buzu ou no meio de um coffee break, enfurnado na chatice da sua sala de trabalho, pense que o Marcão provavelmente está com seu Marquito a todo vapor.

Como o Marcos gosta de bater punheta por várias horas seguidas e sem abrir mão das suas ninfetas amadoras que pipocam no Cam4, no xVideos e no RedTube, seu ritual só pode acontecer no seu quarto. O Marcos fez questão de me dizer que não vê a menor graça em ficar no cinco a um no banheiro da faculdade ou em qualquer local público. Punheta boa é punheta confortável e duradoura na própria caminha.

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Passar tanto tempo se masturbando não preocupa tanto o Marcos. Ele não acredita nesses mitos de que a prática exagerada leva à infertilidade e já passou da época de ter espinhas na cara. Ao menos nas férias, quando ele tem tempo de sobra pra espancar o careca até o rabo fazer bico, está tudo ok. Porém, ele acha que foi dispensado de um estágio noturno meses atrás por causa dos constantes atrasos que tinha em sua trajetória na empresa. Os atrasos aconteciam porque ele ficava batendo uma em casa e protelava tanto pra sair que era inevitável não chegar no escritório depois que o expediente já tinha começado. “Algumas garotas já brigaram comigo por ter chegado atrasado a encontros também”, completa, meio resignado.

Ficar tanto tempo batendo punheta em um mesmo lugar também pode deixar rastros, ao menos se o viciado não for muito eficiente em apagá-los. Ou simplesmente se não estiver nem aí mesmo. Um deles é nítido: assim que entrei no seu quarto, notei que o apoio que ele usa pra ficar deitado na cama mais confortavelmente estava todo manchado por suor. E, olhando melhor, dava pra ver algumas marcas marrons no lençol da cama desforrada. Marcos, meio envergonhado, me conta por que isso acontece: pra que possa rapidamente se vestir caso alguém bata na porta do seu quarto, que não tem tranca, e, ao mesmo tempo, a cueca não roce no seu saco ou no seu pau, ele as abaixa até as coxas e se senta com a bunda nua diretamente na cama. À medida em que vai se masturbando, sua muito, e seu cu molhado acaba borrando o tecido.

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Marcos mora com seus pais e, duas vezes por semana, recebe a visita de uma diarista, que vai ao apartamento fazer faxina, lavar roupas e cozinhar pra família. Ninguém comenta sobre a sujeira que ele faz no próprio quarto, talvez por respeito ao seu espaço. De acordo com Marcos, ele nunca ouviu uma palavra sequer da diarista sobre as manchas no lençol, nem mesmo quando ela recolhe a roupa de cama, em sua presença. Quando estive em sua casa, ouvi sua mãe dizer, fofa: "Ele sempre derruba chocolate na cama, vive comendo no quarto". Menino guloso!

"Não leva a mal, mas é que o pessoal reclama um pouco do cheiro do meu quarto. Dizem que quando abro a porta, a casa começa a cheirar diferente”, ele me disse, enquanto eu entrava no seu dormitório e sentia um cheiro de desinfetante barato, mas com um leve (nem tanto) fundo de cu suado. O aroma de merda é inconfundível e fica impregnado em um local por horas. Se esse local for um quarto ou uma cama, então, aposte na eternidade.

Esse cheiro se potencializa quando está misturado a um monte de porra velha e espermatozóides mortos depois de oito, nove horas de masturbação. Logo após eu sentar na borda da sua cama, Marcos confessou: tinha terminado de se masturbar “de leve, só umas três horas”, pouco menos de uma hora antes de eu vê-lo, mas garantiu que o local em que eu havia sentado não estava “comprometido”. Bem, definitivamente, não dá pra afirmar que o cheiro do seu quarto tem o mesmo aroma viril que emana de um carro depois de muito esfrega-esfrega e uma rapidinha. É mais cru, digamos.

Em qualquer lugar em que ele se sentou pra bater uma por muito tempo estão evidentes os rastros de que um cu suado descansou por ali. Há marcas verticais de suor na cama, mas também em estofados e assentos de outros cômodos do apartamento, que dão a entender que o pequeno Marcos também gosta de brincar fora da casinha quando todo mundo saiu pra trabalhar.

Isso sem falar no tapete do banheiro, que fica todo molhado porque o Marcos acha mais discreto lavar o pau, a barriga e as mãos na pia ao invés de tomar um banho completo – tudo pra que ninguém note que ele estava tocando umazinha. “Ô menino que molha tudo quando vai escovar os dentes, esse Marcos!”, diz a mamãe.

Siga o Nelson Oliveira no Twitter: @nelsonoliveira_